Os três comandantes militares haviam combinado deixar o cargo antes, em movimento acertado em uma reunião no Palácio da Alvorada com o mandatário Jair Bolsonaro (PL), mas tanto o Exército quanto a Marinha já haviam desistido da ideia. Segundo oficiais-generais disseram a jornalistas, o intuito dos militares era o de facilitar o trabalho do governo de transição.
Por Redação - de Brasília
Comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior encerrou, nesta sexta-feira, o mal estar que pairava sobre a corporação depois de ameaçar a entrega do cargo no próximo dia 23, antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A passagem do comando ocorrerá no dia 2 de janeiro e Baptista Junior recusava-se a prestar continência ao novo comandante-em-chefe.
O comandante da FAB, tenente-brigadeiro do ar Baptista Júnior, afasta-se de Bolsonaro
Os três comandantes militares haviam combinado deixar o cargo antes, em movimento acertado em uma reunião no Palácio da Alvorada com o mandatário Jair Bolsonaro (PL), mas tanto o Exército quanto a Marinha já haviam desistido da ideia. Segundo oficiais-generais disseram a jornalistas, o intuito dos militares era o de facilitar o trabalho do governo de transição, abrindo espaço para a escolha célere dos substitutos dos comandantes. O governo de transição, no entanto, não entendeu dessa forma.
Bolsonarista
A sugestão foi vista como um sinal de insubordinação, uma recusa dos comandantes de prestar continência a Lula — que, pela tradição, deverá participar das cerimônias de passagem de cargo. Estratos inferiores da tropa poderiam, numa avaliação compartilhada por ex-ministos da Defesa, se sentir estimulados a fazer o mesmo.
Um colega de Baptista, falando em caráter sigiloso, refutou essa leitura, lembrando que o brigadeiro prestaria continência ao petista ou a qualquer outra pessoa que fosse eleita no pleito de outubro. Ele também negou a fama de ser bolsonarista, decorrente de suas postagens em rede social.