Segundo a Polícia Civil, foram apreendidos insumos com prazo de validade vencido, incluindo ampolas usadas no centro cirúrgico e soluções injetáveis de glicose.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
A Polícia Civil encontrou materiais fora da validade na clínica Amacor, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, onde Marilha Menezes Antunes, de 28 anos, morreu durante um procedimento estético na segunda-feira.

O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) abriu uma sindicância para apurar o caso. Na terça-feira, profissionais do conselho, agentes da Delegacia do Consumidor (Decon) e da Vigilância Sanitária realizaram uma vistoria no hospital.
Segundo a Polícia Civil, foram apreendidos insumos com prazo de validade vencido, incluindo ampolas usadas no centro cirúrgico e soluções injetáveis de glicose aplicadas em procedimentos estéticos.
Marilha morreu na tarde de segunda-feira, horas após dar entrada na unidade para realizar uma lipoaspiração. Amigos relatam que ela havia economizado para realizar a cirurgia e decidiu se dar o procedimento de presente, já que havia feito aniversário no dia 1º de setembro.
Família diz que houve negligência
A irmã da jovem, Carol Menezes, afirmou que Marilha teve um órgão perfurado e não recebeu a assistência necessária. A clínica, no entanto, nega.
– Por negligência médica, ela teve um órgão perfurado e morreu de hemorragia, não teve assistência nenhuma, nem do médico e nem da clínica. Levei ela para realizar um sonho e ela recebeu a morte – desabafa.
O médico responsável relatou à família que Marilha sofreu uma broncoaspiração, seguida de parada cardiorrespiratória. O Samu confirmou que foi acionado às 18h13, mas, apesar das tentativas de reanimação, Marilha morreu ainda no hospital.
– Segundo o médico, eles estavam precisando de oxigênio e na sala do procedimento não tinha. Não tinha o material necessário caso uma emergência acontecesse – diz Beatriz.
Na manhã desta terça-feira, familiares estiveram no Instituto Médico Legal (IML) de Campo Grande para liberar o corpo. O laudo apontou choque hipovolêmico, hemorragia interna e lesão perfuro-contundente, provocada por instrumento que causa ao mesmo tempo perfuração e contusão.
Marilha deixa um filho de 6 anos. Ela foi enterrada nesta quarta-feira no Cemitério Cacuia, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. O velório aconteceu às 13h30 e o sepultamento foi às 15h30.
O que diz o hospital?
“A Amacor lamenta profundamente o falecimento de uma paciente após complicações de cirurgia estética ambulatorial realizada por equipe médica terceira em nossa clínica.
A Amacor é uma Clínica classificada como “One Day Clinic” (Hospital Dia) e seu Centro Cirúrgico serve como uma hotelaria, ou seja, equipes médicas terceiras alugam o espaço para realizar procedimentos. A responsabilidade da Amacor é fornecer a infraestrutura e orientação da conduta médica local.
O centro cirúrgico encontra-se devidamente aparelhado com todos os equipamentos essenciais para o atendimento de emergências cardiovasculares e respiratórias.
A unidade dispõe de carrinho de parada cardiorrespiratória completo, equipado com medicamentos, dispositivos de via aérea avançada. Complementarmente, o setor conta com desfibrilador bifásico e DEA em perfeitas condições de funcionamento.
Protocolo de Atendimento e Resposta Imediata mediante a identificação de sinais de instabilidade hemodinâmica durante o procedimento, a equipe multidisciplinar presente acionou imediatamente os protocolos de emergência estabelecidos.
As manobras de ressuscitação cardiopulmonar foram iniciadas sem dilação, seguindo rigorosamente as diretrizes do Advanced Cardiac Life Support (ACLS), com atuação coordenada e sistemática de todos os profissionais envolvidos. A pronta resposta da equipe evidencia o preparo técnico e a eficiência dos treinamentos continuados implementados na unidade.
Estamos à disposição e colaboraremos com as autoridades para o esclarecimento de quaisquer dúvidas que surgirem. Lamentamos o ocorrido e pedimos a Deus para confortar os familiares da paciente.”