Rio de Janeiro, 23 de Julho de 2025

Cientistas buscam por miniluas em órbita próxima à da Terra

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Quarta, 16 de Julho de 2025 às 20:57, por: CdB

Kamo’oalewa, descoberto em 2016, demonstrou ser um fragmento da Lua que orbita o Sol em sincronia com a Terra. Já o 2024 PT5, observado mais recentemente, também tem características lunares. Esses dois casos levantaram a hipótese de que a Lua possa estar gerando suas próprias miniluas de maneira recorrente.

Por Redação, com Sputnik – de Moscou

Estudos sugerem que até 6,5 fragmentos lunares lançados no espaço por impactos em nosso satélite natural podem estar em órbita simultânea e temporariamente ao redor da Terra como miniluas.

Cientistas buscam por miniluas em órbita próxima à da Terra | As chamadas ‘miniluas’ têm órbitas muito rápidas ao redor da Terra
As chamadas ‘miniluas’ têm órbitas muito rápidas ao redor da Terra

Os detritos lunares são lançados ao espaço por impactos com a superfície lunar, e alguns acabam brevemente orbitando a Terra. O fenômeno é descrito como uma “dança de quadrilha”, com objetos mudando de trajetória em ciclos imprevisíveis.

Estudos anteriores sugeriam que miniluas vinham do cinturão de asteroides, mas objetos como Kamo’oalewa e 2024 PT5 indicam uma possível origem lunar.]

 

Observação

Kamo’oalewa, descoberto em 2016, demonstrou ser um fragmento da Lua que orbita o Sol em sincronia com a Terra. Já o 2024 PT5, observado mais recentemente, também tem características lunares. Esses dois casos levantaram a hipótese de que a Lua possa estar gerando suas próprias miniluas de maneira recorrente.

Com base em simulações, os cientistas estimam que até 6,5 dessas miniluas originadas da Lua possam estar orbitando a Terra ao mesmo tempo, com vida útil média de nove meses. No entanto, o número exato é difícil de prever, dada a enorme incerteza sobre o tamanho e a velocidade dos fragmentos lançados por colisões lunares.

Apesar das estimativas, Robert Jedicke, pesquisador da Universidade do Havaí e principal autor do estudo, alertou ao portal Space que os levantamentos telescópicos modernos não detectam tantos objetos como o previsto, o que sugere que os modelos podem estar superestimando sua frequência. Ainda assim, essas projeções são valiosas e podem ser ajustadas com base em novas observações.

 

Movimento

Detectar miniluas exige que estejam muito próximas da Terra, o que as torna brilhantes, mas também rápidas demais para serem facilmente identificadas em levantamentos astronômicos. Seu movimento veloz gera rastros nas imagens, dificultando o trabalho dos algoritmos de análise.

Mesmo com os obstáculos, casos como o 2020 CD3 mostram que é possível registrar essas miniluas, abrindo espaço para futuras observações mais precisas. Uma vez detectadas, elas podem ser rastreadas com mais facilidade, ajudando a compreender sua origem e comportamento.

Além do valor científico, essas miniluas temporárias podem ter potencial comercial. Por estarem próximas da Terra, exigem pouco combustível para serem acessadas, o que as torna atrativas para empresas interessadas em mineração espacial. Estudos sobre esses objetos também podem revelar mais sobre a formação do Sistema Solar e o impacto de asteroides.

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