Rio de Janeiro, 16 de Junho de 2025

China passa a permitir três filhos por casal

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Segunda, 31 de Maio de 2021 às 07:39, por: CdB

O governo chinês anunciou nesta segunda-feira que vai ampliar os limites da natalidade, passando a permitir três filhos por casal. A medida tem como objetivo combater o rápido envelhecimento da população.

Por Redação, com ABr - de Pequim O governo chinês anunciou nesta segunda-feira que vai ampliar os limites da natalidade, passando a permitir três filhos por casal. A medida tem como objetivo combater o rápido envelhecimento da população, após os resultados dos últimos censos terem demonstrado um declínio dramático na taxa de natalidade no país mais populoso do mundo.
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China passa a permitir três filhos por casal
Ao fim de mais de 30 anos em vigor, a China aboliu, em 2016, a política do filho único. Os casais chineses passaram a ser autorizados a ter dois filhos, mas essa nova medida não conseguiu levar a um aumento sustentado da natalidade no país devido ao alto custo de vida nas cidades chinesas. Segundo os resultados dos últimos censos, publicados em 11 de maio, a população chinesa cresceu ao ritmo mais lento das últimas décadas. Em média, houve um crescimento anual de 0,53% ao longo dos últimos dez anos, abaixo dos 0,57% registrados entre os anos 2000 e 2010. Os censos preveem que a população chinesa pode começar a cair já a partir do próximo ano. Por esse motivo, o presidente chinês, Xi Jinping, anunciou “medidas para responder ao envelhecimento da população”, principalmente a ampliação dos limites da natalidade para três filhos por casal. Segundo anunciou a Xinhua, a agência de notícias oficial chinesa, a mudança de política será acompanhada por “medidas de apoio, que irão melhorar a estrutura populacional do país, cumprindo a estratégia de lidar ativamente com o envelhecimento da população e manter a vantagem na dotação de recursos humanos”. O governo chinês também concordou com o fato de a China precisar aumentar a idade de reforma para manter mais pessoas no mercado de trabalho e melhorar as pensões e os serviços de saúde. Segundo os últimos recenseamentos, a população em idade reprodutiva diminui a um ritmo acelerado, enquanto a faixa etária dos 65 anos aumenta exponencialmente. Alguns investigadores chineses calculam que o número de pessoas em idade reprodutiva caia para a metade em 2050. Isso aumentaria a “taxa de dependência”, ou seja, o número dos que dependem de cada um trabalhar para gerar receita a fim de pagar as pensões, os impostos de saúde e outros serviços públicos.

Impacto da nova política

Alguns especialistas permanecem céticos em relação à nova medida, lembrando que a abolição da política de filho único teve pouco impacto no aumento da natalidade. Segundo os censos, o número de nascimentos caiu de 18 milhões em 2016 para 12 milhões em 2020. Os casais explicam que são desencorajados a ter mais filhos pelo alto custo de vida, pela interferência nos seus empregos e pela necessidade de cuidarem dos pais idosos. – Se o relaxamento das políticas de natalidade fosse eficaz, a atual política de dois filhos por casal deveria ter provado a sua eficácia – disse o economista Hao Zhou à agência Reuters. – As pessoas são desencorajadas não pelo limite de dois filhos, mas pelos custos incrivelmente altos de criar filhos na China. Habitação, atividades extracurriculares, comida, viagens e tudo o mais contribui para esse custo – explica Yifei Li, sociólogo da NYU Xangai. – Quem quer ter três filhos? Os jovens podem ter dois filhos no máximo. A questão fundamental é que o custo de vida é muito alto – reitera Hao Zhou. O número médio de filhos por casal caiu de mais de seis, na década de 60, para menos de três em 1980. Em 2020, o número médio de filhos por cada mulher chinesa era de 1,3.  
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