Até 2050, quase 90% dos estádios-sede da América do Norte precisarão de adaptação ao calor extremo.
Por Redação, com Reuters – de Zurique
A Copa do Mundo de 2026 pode ser a última da América do Norte sem uma adaptação climática urgente, de acordo com um novo estudo que destaca as ameaças climáticas extremas.

O relatório “Pitches in Peril” constatou que 10 dos 16 estádios estão em risco muito alto de sofrer condições extremas de estresse por calor.
Até 2050, quase 90% dos estádios-sede da América do Norte precisarão de adaptação ao calor extremo, enquanto um terço enfrentará uma demanda de água igual ou superior à oferta.
O relatório também destacou os riscos para as sedes da Copa do Mundo de 2030 e 2034 e examinou o impacto de um clima mais quente nos campos de futebol de base que já foram usados por 18 jogadores icônicos.
– Como alguém da Espanha, não posso ignorar a crise climática – disse o vencedor da Copa do Mundo da Espanha Juan Mata, referindo-se às inundações devastadoras de Valência no ano passado.
– O futebol sempre uniu as pessoas, mas agora também é um lembrete do que podemos perder.
Copa do Mundo de Clubes
A Copa do Mundo de Clubes deste ano nos EUA ofereceu uma prévia preocupante, com condições descritas como impossíveis pelos jogadores.
O torneio foi marcado por calor extremo e tempestades que forçaram a Fifa, órgão dirigente do futebol mundial, a adaptar os protocolos, acrescentando intervalos para resfriamento e água, bancos com sombra e ventiladores de ar.
De acordo com o relatório, 14 dos 16 estádios da Copa do Mundo nos EUA, Canadá e México excederam os limites de segurança em 2025 para pelo menos três grandes riscos climáticos: calor extremo, chuvas que impedem partidas e inundações.
Treze deles já apresentam pelo menos um dia por verão que excede o limite da Fifa para pausas para bebidas de 32°C Wet-Bulb Globe Temperature (WGBT) – um índice internacionalmente reconhecido usado para medir o estresse térmico humano sob luz solar direta.
As temperaturas em Atlanta, Dallas, Houston, Kansas City, Miami e Monterrey ultrapassaram essa marca por dois meses ou mais.
– À medida que avançamos na década, os riscos continuarão aumentando, a menos que tomemos medidas drásticas, como transferir as competições para os meses de inverno ou para regiões mais frias – disse Piers Forster, diretor do Priestley Centre for Climate Futures, em Leeds.
O relatório de 96 páginas pede que o mundo do futebol se comprometa com a meta de emissões líquidas zero até 2040 e publique planos de descarbonização confiáveis, além de solicitar que os organizadores de torneios criem fundos de adaptação.
O relatório também afirma que 91% dos 3,6 mil torcedores entrevistados nas três sedes querem que a Copa do Mundo de 2026 seja um modelo de sustentabilidade.