O nível de agressões de Bolsonaro aos chineses chegou ao ponto dele mentir, em público, ao afirmar que a pandemia da covid-19 seria o resultado de uma “guerra biológica”. O médico sanitarista Paulo Buss, coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz, disse que o presidente “pouco ajuda” no combate à pandemia.
Por Redação - do Rio de Janeiro
O Brasil é o maior prejudicado nas declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra a China. Trata-se do principal produtor de insumos para as vacinas de covid-19, mas o mandatário continua a atacar o país asiático. Sem uma reação mais contundente, o governo chinês, no entanto, atrasa ainda mais a vacinação no Brasil.
O nível de agressões de Bolsonaro aos chineses chegou ao ponto dele mentir, em público, ao afirmar que a pandemia da covid-19 seria o resultado de uma “guerra biológica”. O médico sanitarista Paulo Buss, coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz, criticou Bolsonaro e disse que o presidente “pouco ajuda” no combate à pandemia.
— Não sei de onde veio o argumento de guerra biológica, pois os cientistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmaram que não é um vírus artificial e propositalmente difundido. Então, é preocupante o presidente do Brasil ter delírios sobre a covid-19 — à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA).
Pandemia
Até o momento, o Brasil imunizou apenas 18% da população total, o que é pouco na avaliação do especialista. De acordo com ele, o país tem capacidade de vacinar muito mais pessoas ao dia, mas as declarações de Bolsonaro contra a China só prejudicam a aceleração do processo.
— Sofremos com a falta de vacinas e os ataques contra a China, grande fornecedor de ifa, continuam. O governo federal não aprendeu a lição e corremos o risco de desabastecimento do insumo. O presidente não ajuda em nada com suas declarações, porque a China é um parceiro comercial desde sempre do Brasil. Quando começa a pandemia, é na China que começa a grande produção de respiradores e máscaras — resumiu.