Rio de Janeiro, 17 de Junho de 2025

Brasil tem primeiro bebê nascido de útero de doadora morta

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Quarta, 05 de Dezembro de 2018 às 08:00, por: CdB

Procedimento pioneiro em todo o mundo realizado por hospital de São Paulo aumenta possibilidade de concepção para as mulheres com problemas de fertilidade uterina.

Por Redação, com DW - de São Paulo

Um bebê nascido no Brasil é o primeiro a ser concebido após um transplante de útero de uma doadora morta, informou na terça-feira a publicação científica The Lancet.
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Menina nascida em dezembro de 2017 está saudável e se desenvolve normalmente
A técnica desenvolvida pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo poderá aumentar a possibilidade de concepção para as mulheres com problemas de fertilidade uterina. Realizado em 2016, este foi o primeiro transplante de útero na América Latina. A receptora foi uma mulher de 32 anos que sofria da síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser, que resulta na ausência do útero. A cirurgia levou mais de dez horas. O órgão doado foi conectado com sucesso às veias, artéria, ligamentos e canais vaginais. Os ovários da paciente estavam em bom estado, o que permitiu que os médicos retirassem os óvulos antes de fertilizá-los e congelá-los. Depois de sete meses sem que o organismo da paciente rejeitasse o novo órgão, e com a ocorrência de menstruação, foram reintroduzidos os óvulos fecundados, resultando numa gravidez comum. O bebê nasceu no dia 15 de dezembro de 2017 de uma cesariana na 36ª semana de gravidez. Era uma menina que pesava cerca de 2,5 quilos. Após o parto, o útero foi extraído sem que se encontrasse qualquer anomalia. A mãe e o bebê tiveram alta três dias após o parto. – Os resultados estabeleceram a comprovação do conceito para o tratamento de infertilidade uterina através do transplante a partir de doadores mortos, abrindo o caminho para uma gravidez saudável para todas as mulheres com infertilidade uterina – afirmou a equipe médica. A menina está saudável e se desenvolve normalmente. Outros dez transplantes de úteros de doadores mortos já haviam sido realizados nos Estados Unidos, República Tcheca e Turquia, mas este foi o primeiro a resultar em um bebê vivo. O primeiro transplante de útero de doadores vivos ocorreu na Suécia em 2013. Desde então, 11 bebês nasceram em razão desse procedimento.
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