Rio de Janeiro, 23 de Julho de 2025

Bombardeio do regime de Myanmar mata civis em escola

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Segunda, 12 de Maio de 2025 às 15:39, por: CdB

O país está imerso em uma guerra civil desde o golpe que permitiu à junta de fardados tomar o poder em 2021.

Por Redação, com CartaCapital – de Yangon

Um bombardeio da junta militar de Myanmar matou 22 pessoas, incluindo 20 crianças, em uma escola nesta segunda-feira, disseram testemunhas, apesar de um suposto cessar-fogo humanitário declarado para ajudar a nação a se recuperar de um terremoto devastador.

Bombardeio do regime de Myanmar mata civis em escola | Escola atingida por bombardeio de militares do Myanmar
Escola atingida por bombardeio de militares do Myanmar

O ataque atingiu uma escola na vila de Oe Htein Kwin, cerca de 100 quilômetros a noroeste do epicentro do terremoto de 28 de março, por volta das 10h00 (00h30 no horário de Brasília), disseram moradores.

“Até agora, 22 pessoas morreram no total: 20 crianças e dois professores”, disse um professor de 34 anos da escola, que pediu para permanecer anônimo.

“Tentamos dispersar as crianças, mas o caça era muito rápido e lançou suas bombas”, acrescentou.

Um funcionário da educação na área onde a vila está localizada, na região de Sagaing, fez a mesma avaliação.

Não foi possível contactar um porta-voz da junta de Mianmar para comentar essas informações.

Mianmar está imersa em uma guerra civil desde o golpe que permitiu à junta tomar o poder em 2021. Os militares enfrentam opositores de minorias étnicas e do movimento pró-democracia.

Trégua humanitária

Os generais declararam uma trégua humanitária até o final do mês para ajudar nos esforços de socorro e reconstrução após o terremoto que matou quase 3.800 pessoas.

No entanto, o cessar-fogo não impediu a junta de realizar bombardeios, nem impediu seus adversários de lançar ataques.

Apesar de tensões, cessar-fogo entre Índia e Paquistão continua

O cessar-fogo entre a Índia e o Paquistão se mantém no domingo, horas depois de as duas potências nucleares vizinhas se acusarem mutuamente de violar a trégua anunciada no dia anterior.

O cessar-fogo foi selado no sábado, após quatro dias de ataques e contra-ataques de ambos os lados, que deixaram ao menos 60 mortos e provocaram a fuga de milhares de habitantes. Foi o pior surto de violência desde o último conflito aberto entre a Índia e o Paquistão em 1999.

A cessação “total e imediata” das hostilidades foi anunciada inesperadamente pelo presidente norte-americano, Donald Trump, após uma “longa noite de negociações mediadas pelos Estados Unidos”.

Nova Délhi e Islamabad confirmaram a informação minutos depois de Trump fazer o anúncio em sua rede Truth Social.

A escalada entre as duas potências nucleares levantou temores de uma guerra aberta.

No entanto, o secretário das Relações Exteriores da Índia, Vikram Misri, denunciou “repetidas violações” do cessar-fogo na manhã deste domingo e garantiu que suas forças armadas “estão dando uma resposta adequada e apropriada”.

O Paquistão declarou que “permanecia comprometido” com a trégua e que suas forças estavam tratando as violações indianas com “responsabilidade e moderação”.

‘Paz frágil’

Um clima confuso reinou nas áreas de fronteira da Caxemira administrada pela Índia neste domingo.

Moradores de várias vilas no lado indiano da Linha de Controle, a fronteira de fato da Caxemira dividida, disseram que os bombardeios paquistaneses recomeçaram horas após o anúncio do cessar-fogo.

A casa de Bairi Ram, na vila de Kotmaira, foi reduzida a escombros por bombardeios, e três de seus búfalos morreram. “Acabou tudo”, lamentou.

Hazoor Sheikh, de 46 anos, que administra uma loja no principal mercado da cidade fronteiriça indiana de Poonch, a mais atingida pelos combates, foi um dos primeiros a reabrir sua loja neste domingo.

– Finalmente, depois de dias, pudemos dormir em paz – disse Sheikh.

Praveen Donthi, analista do International Crisis Group, expressou ceticismo sobre o cessar-fogo.

– A paz é frágil. É muito precária – disse ele à agência francesa de notícias AFP neste domingo.

– As relações continuarão hostis. As coisas vão ser difíceis. Os ataques de baixa intensidade continuarão, provavelmente não por parte dos militares, mas talvez por parte de militantes – acrescentou.

‘Acampamentos terroristas’

O conflito começou com o ataque de 22 de abril na Caxemira administrada pela Índia, que matou 26 turistas, a maioria homens hindus, em um ataque que a Índia atribui ao Paquistão.

A Índia acusa o grupo Lashkar-e-Taiba, sediado no Paquistão e considerado um grupo “terrorista” pela ONU, de ser responsável pelo ataque, algo que Islamabad nega.

Na quarta-feira, a Índia lançou ataques com mísseis contra “acampamentos terroristas”. Islamabad respondeu imediatamente com fogo pesado de artilharia e alegou ter derrubado cinco aviões de combate.

Grupos armados que operam na Caxemira intensificaram suas atividades desde 2019, quando o governo nacionalista hindu do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, revogou sua autonomia limitada e colocou o estado sob controle direto de Nova Délhi.

Desde que ambos os países conquistaram a independência do domínio britânico em 1947, travaram diversas guerras pelo controle total da região.

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