Rio de Janeiro, 23 de Julho de 2025

Bolsonaro vive pior dia desde que deixou o poder, prisão é iminente

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Sábado, 19 de Agosto de 2023 às 11:11, por: CdB

O ex-presidente é acusado por hacker de tentar fraudar urnas, ex-ajudante de ordens resolve confessar crime das joias e ministro do STF quebra sigilo dele e da ex-primeira dama.


Por Iram Alfaia – de Brasília


Quinta-feira, 17 de agosto de 2023. Esse dia vai ficar marcado na história do país e, sobretudo, na vida do ex-presidente Bolsonaro que vê as evidências de crimes contra a democracia e de corrupção fecharem o cerco contra ele.




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Bolsonaro e Mauro Cid

Depois do depoimento explosivo de Walter Delgatti na CPMI do Golpe, no qual o hacker declarou que o ex-presidente lhe pediu para invadir as urnas eletrônicas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o advogado do tenente-coronel Mauro CiD, ex-ajudante de ordens do capitão, avisou que ele vai confessar os crimes de Bolsonaro.


O dia terminou com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre do Moraes autorizando a quebra de sigilo de Bolsonaro e da ex-primeira dama Michele.


O advogado Cezar Bittencourt revelou à Veja que seu cliente vai dizer que vendeu as joias da Presidência nos Estados Unidos a mando de Bolsonaro e que entregou o dinheiro para ele.


“Hora de proteger minha família”, teria dito Mauro Cid após tomar a decisão. O pai dele, general Mauro Lourena Cid, também é suspeito de negociar as joias e outros bens nos Estados Unidos.


Pela primeira vez, Bolsonaro foi colocado de frente com o crime de corrupção que pode lhe levar mais cedo à cadeia.   


O temor é grande, uma vez que seu ex-ajudante sabe muito e movimentou mais de R$ 8 milhões, embora tenha um salário bruto de R$ 26,2 mil.


De acordo com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o ex-ajudante moveu R$ 3,7 milhões entre julho de 2022 e janeiro de 2023.


Na CPMI do Golpe, os governistas já calculam que as penas de Bolsonaro podem resultar em até 18 anos de prisão pelos crimes de golpe de Estado e outros, segundo informou a colunista Malu Gaspar, de O Globo.



Repercussão


– Mauro Cid cansou de ficar calado e receber sob os ombros todo o peso dos crimes de Jair Bolsonaro. Seu novo advogado, Cesar Bittencourt, contou à revista Veja que o ex-ajudante de ordens ‘surrupiou joias do acervo da Presidência da República, tirou-as clandestinamente do Brasil em voos oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) e vendeu as peças valiosas nos Estados Unidos’, tudo a mando de Bolsonaro, a quem entregou o saldo das vendas ilegais em espécie. E isso apenas no caso das joias. Se falar tudo o que sabe, a temporada do inelegível na cadeia promete ser longa – calculou a líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (RJ), integrante da CPMI do Golpe.


O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) respondeu ironicamente aos bolsonaristas que veem desespero de Mauro Cid:  “A essa altura do campeonato, os ‘aliados de Bolsonaro’ já estão fazendo bolão de quantos anos ele vai pegar de cadeia. Quem está desesperado é ele!.”


 O líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (ES), também membro da CPMI, diz que muito precisa ser explicado. “Vamos fazer as contas: salário líquido de cerca de RS 17 mil. Em 1 ano, aproximadamente R$ 205 mil. Em 3 anos, R$ 612 mil. Mas Mauro Cid teria movimentado R$ 8,4 milhões em 36 meses. A conta não fecha. De onde veio e para quem foi esse dinheiro?”, indagou.


– A mentira tem pernas curtas Bolsonaro. Seu castelo de falsidades está ruindo, com as revelações do hacker na CPMI e o anúncio do advogado de Mauro Cid de que seu ajudante de ordens vai confessar os crimes das joias. Crimes de mando, como é característico entre milicianos. E o mandante é você, do desvio das joias, da tentativa de golpe e das fakenews para enganar a sociedade. O Brasil não merecia esse desfile de horrores, mas é muito importante para a democracia iluminar os desmandos e falcatruas que você e seu desgoverno praticaram – afirmou a deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT.


Iram Alfaia


As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil




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