A manifestação em Copacabana é a quarta convocada pelo ex-presidente desde 2023. A principal diferença desta é que o foco não é, diretamente, em atacar o presidente Lula.
Por Redação, com CartaCapital – do Rio de Janeiro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu, neste domingo, apoiadores no Rio de Janeiro em uma tentativa de pressionar pela anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro.

A principal diferença desta é que o foco não é, diretamente, em atacar o presidente Lula (PT), e sim reforçar a articulação pela anistia. A convocação, que chegou a ter o impeachment de Lula como uma das pautas, foi às ruas com o mote “fora Lula 2026” e “anistia já”.
O ato contou com a presença do governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Também foram à manifestação Eduardo e Flávio Bolsonaro, filhos do ex-capitão.
Em seu discurso, Tarcísio criticou o governo Lula e questionou a inelegibilidade imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral a Bolsonaro; “Qual a razão de afastar Jair Bolsonaro das urnas? É medo de perder a eleição, e eles sabem que vão perder?”, afirmou o governador.
Mais cedo, Flávio voltou a criticar a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. “É um passo importante [a manifestação] para nós começarmos a derrotar o ‘alexandrismo’, que é o que ele está fazendo”, afirmou.
O senador ainda disse que o ministro está “rasgando a Constituição” e que teria inventado “o seu próprio Código Penal”. Moraes é o relator da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Braga Netto e mais 32 investigados pela trama golpista.
Uma das principais ausências é a da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que justificou que não iria ao evento por não receber liberação médica após passar por um procedimento estético.
Trama golpista
A manifestação acontece às vésperas da Primeira Turma do Supremo decidir se torna ou não Bolsonaro réu pela trama golpista. O colegiado marcou para o dia 25 de março o julgamento das denúncias da Procuradoria-Geral da República. São atribuídos cinco crimes ao ex-presidente:
Liderança de organização criminosa armada;
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
Golpe de Estado;
dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da união; e
deterioração de patrimônio tombado.