A Americanas obteve, na sexta-feira, a liminar que a protege por 30 dias contra vencimento antecipado de dívidas, prazo que a varejista poderá usar para obter uma acordo com credores ou pedir uma recuperação judicial.
Por Redação - de São Paulo
O banco BTG Pactual S.A., do banqueiro André Esteves, recorreu à Justiça nesta segunda-feira contra liminar que protege a varejista Americanas dos credores, mostram documentos a que a agência inglesa de notícias Reuters teve acesso, confirmados pela reportagem do Correio do Brasil. Em recurso interposto no sábado e anexado aos autos do processo nesta manhã, os advogados do BTG argumentam que a liminar determina, ilegalmente, o estorno de um pagamento feito pela Americanas ao BTG.
Telles, Lemann (C), o homem mais rico do Brasil, e Sicupira são grandes investidores nas Lojas Americanas
A Americanas obteve, na sexta-feira, a liminar que a protege por 30 dias contra vencimento antecipado de dívidas, prazo que a varejista poderá usar para obter uma acordo com credores ou pedir uma recuperação judicial. O movimento ocorre após a varejista reportar na última quarta-feira, após o fechamento da bolsa, R$ 20 bilhões em "inconsistências" contábeis, chocando o mercado.
Fraude
O rombo bilionário atinge em cheio a reputação de três empresários que estão entre os mais ricos do País: Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, que são também controladores da Ambev.
Na ação, o BTG faz duros ataques aos acionistas de referência da empresa e contesta a iniciativa de tentar suspender o pagamento de dívidas. “É o fraudador pedindo às barras da Justiça proteção ‘contra’ a sua própria fraude”, declara o BTG.
O banco cita, ainda, o “trio por trás do controle da empresa”, descrevendo a atuação deles em outras companhias nas últimas décadas. Relacionam também os contratos realizados entre o BTG e a Americanas e destacam a tentativa de retirada de R$ 800 milhões em investimentos do banco, horas antes da divulgação do fato relevante do dia 11 “de maneira sorrateira”, o que mostra, segundo a instituição, “a má-fé do Grupo Americanas”, resumem os advogados do BTG.