A sigla, que ao retirar seu apoio ao governo do premiê Mario Draghi em uma votação no Senado acabou provocando a queda da coalizão que o sustentava e a consequente antecipação do pleito, deve ter cerca de 15% dos votos, ficando na terceira colocação.
Por Redação, com ANSA - de Roma
O populista Movimento 5 Estrelas (M5S) comemorou os resultados das eleições parlamentares italianas de domingo, mesmo que o resultado final deva indicar que a sigla perdeu mais da metade dos seus votos na comparação com as eleições de 2018.A sigla, que ao retirar seu apoio ao governo do premiê Mario Draghi em uma votação no Senado acabou provocando a queda da coalizão que o sustentava e a consequente antecipação do pleito, deve ter cerca de 15% dos votos, ficando na terceira colocação, atrás do extrema direita Irmãos da Itália e do centro esquerda Partido Democrático (PD).
– Todos nos davam como derrotados e o retorno foi significativo. Somos a terceira força política e temos uma grande responsabilidade – disse o líder da sigla, o ex-premiê Giuseppe Conte.
A mesma linha foi adotada pelo vice-presidente do M5S, Michele Gubitosa, que afirmou que "nos davam como mortos nas pesquisas eleitorais, que no início da campanha ficavam entre 6% e 8%".
Conte não escondeu os problemas com o PD
No entanto, em seu discurso pós-pleito, Conte não escondeu os problemas com o PD, de quem era o principal aliado até a derrubada de Draghi. Os líderes dos dois partidos trocaram acusações constantes durante a campanha eleitoral, mas serão as principais forças opositoras ao governo que será formado pela coalizão de direita das siglas ultranacionalistas Irmãos da Itália (FdI) e Liga e o conservador Força Itália (FI).
– Nós seremos um posto avançado para a realização de uma agenda progressista, um projeto de país que mira a inclusão social e uma transição ecológica verdadeira e não fingida. Nesse ponto de vista, vamos ver se o PD estará junto, mas sem nenhum cartel ou coalizão – ressaltou.
Principal força política nas últimas eleições, obtendo 32% dos votos dos italianos, o M5S foi perdendo apoio ao longo dos anos e após precisar mudar suas coligações por três vezes desde então.
O próprio Conte foi premiê em duas ocasiões, a primeira com o ultranacionalista Liga e a segunda com o PD, mas o governo foi derrubado para a entrada de Mario Draghi e uma coalizão com todos os grandes partidos italianos com exceção do Irmãos da Itália (FdI), o grande vencedor deste domingo.