Lula dedicou os 42 anos da legenda a “pessoas extraordinárias que nos ajudaram a chegar até aqui”. Ele citou o educador Paulo Freire, o sociólogo Florestan Fernandes, o jornalista Perseu Abramo, o publicitário Carlito Maia, o historiador Sergio Buarque de Hollanda, e vários outros.
Por Redação - de São Paulo
Em seu discurso pelos 42 anos do PT, comemorados na noite passada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula lamentou que milhares de pessoas não pudessem participar da festa por causa da covid-19.
Líder do PT, Lula tem uma chance real de voltar ao cenário político em uma nova candidatura
— O PT chega aos 42 anos num momento triste da história do Brasil — afirmou.
A tristeza a que se refere o líder popular não se resume apenas à pandemia e sim, também, pelo fato de os sucessores da presidenta deposta Dilma Rousseff (PT) – Michel Temer e Jair Bolsonaro – terem “trazido de volta os flagelos que havíamos conseguido derrotar”, disse.
— Fizeram o Brasil recuar no tempo, mas apesar de todos os retrocessos, temos o que comemorar: mesmo com as tentativas de destruição do PT e da criminalização da política, estamos vivos e mais fortes do que nunca — acrescentou.
Emoção
Lula dedicou os 42 anos da legenda a “pessoas extraordinárias que nos ajudaram a chegar até aqui”. Ele citou o educador Paulo Freire, o sociólogo Florestan Fernandes, o jornalista Perseu Abramo, o publicitário Carlito Maia, o historiador Sergio Buarque de Hollanda, e vários outros.
Muito emocionado, ele chorou ao mencionar o ex-prefeito de Aracaju e ex-governador de Sergipe Marcelo Déda.
— Foi como um filho — disse. Déda morreu em 2013, aos 53 anos, de câncer, no exercício do cargo de governador.
Golpe
Ao mencionar a antecessora, Lula lembrou que ela perdeu o mandato em 2016 pelo golpe do impeachment sem que tenha cometido nenhum crime de responsabilidade.
— Os irresponsáveis que quebraram o país tentam jogar nas costas dela e do PT a quebradeira do Brasil — defendeu. Ele destacou a “relação de confiança (entre ambos) que poucas vezes existiu entre políticos nesse país”.
Pouco antes, Dilma havia falado. Em seu discurso ela alertou que, nas eleições de 2022, os adversários “farão uma campanha ainda mais massiva e avassaladora de mentiras sobre nossos governos. Tentarão reacender o antipetismo, usarão as redes sociais de maneira ainda mais intensa do que fizeram em 2018 e 2020. Usarão das mentiras, das fake news, manipularão o que puderem”.
Barbárie
Porém, ela manifestou otimismo pelo resultado das eleições.
— Tenho certeza que venceremos, porque o Brasil não pode mais admitir a infâmia de ter seu povo na fila do osso e da carcaça como alternativa para alimentar seus filhos, num país que é um dos maiores produtores de proteína animal e alimentos do mundo. Venceremos porque o Brasil está revoltado com a tragédia dos mais de 620 mil mortos na pandemia e com a omissão deliberada do governo Bolsonaro — apontou.
Em artigo no site do partido, a presidente da legenda, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), falou da tarefa do PT no momento.
— Derrotar este governo da barbárie, e derrotar mais uma vez o projeto neoliberal dos exploradores da nação — concluiu.