Segundo o Inpe, foram 5.373 incêndios florestais no mês passado, frente a 4.977 no mesmo período do ano anterior. Para Greenpeace, situação pode se agravar, pois região está apenas no começo do período de estiagem.
Por Redação, com DW - de Brasília
A Amazônia brasileira registrou 5.373 incêndios florestais em julho, 7,9% a mais do que no mesmo período do ano passado, quando foram 4.977. De acordo com o sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora os biomas do Brasil por meio de satélites, o número de fontes de calor mais do que dobrou em relação aos 2.562 registros de junho.
A Amazônia brasileira registrou 5.373 incêndios florestais em julho
Segundo o Inpe, o número de incêndios acumulados nos primeiros sete meses do ano subiu 13% em comparação ao mesmo período de 2021, o que chama a atenção para a necessidade de fortalecer os controles e evitar um maior desastre na maior floresta tropical do mundo.
Em 2019, o descontrole dos incêndios na Amazônia chocou o mundo, com imagens da fumaça das queimadas chegando até São Paulo e ao Peru. Países europeus chegaram a cortar o apoio ao Fundo Amazônia e governos europeus ameaçaram não ratificar acordo com o Mercosul se os incêndios proseguissem.
Queimadas ilegais
A ONG Greenpeace denunciou que a maioria das queimadas registradas em julho eram ilegais, já que em 22 de junho o governo brasileiro emitiu um decreto proibindo, por 120 dias, agricultores de usarem fogo para limpar áreas de cultivo tanto na Amazônia quanto no Pantanal.
Para o Greenpeace, os dados de julho indicam que a situação pode piorar, visto que o período de maior estiagem na região está apenas no começo.
– Estamos no início da temporada com menos chuva e umidade na região, quando, infelizmente, a prática de incêndios florestais costuma saltar, seja para queimar áreas que foram recentemente devastadas ou para queimar resíduos florestais que já foram degradados por atividades ilegais de exploração de madeira – disse o porta-voz do Greenpeace Brasil para a Amazônia, Rómulo Batista.
– Toda essa destruição e incêndios, além de dizimarem a floresta e sua rica biodiversidade, também afetam a saúde da população local devido à fumaça e fuligem que geram – acrescentou.
Além do fogo, a Amazônia enfrenta outro problema: o desmatamento chegou a 1.120 quilômetros quadrados ao longo do mês de junho, o maior valor para o período desde o início da série histórica, em 2016.