Com alta dos juros, vendas no varejo voltam a declinar

A tendência do setor é de declínio, segundo o analista econômico José Paulo Kupfer. Em linha com a análise econômica, as vendas varejistas recuaram 0,1% em dezembro na comparação com novembro, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Por Redação - de São Paulo

Embora as vendas no varejo brasileiro tenham registrado uma queda menor do que a esperada em dezembro e terminaram 2021 com ganhos ainda que residuais pelo quinto ano seguido, mesmo em meio a cenário de inflação e juros altos no país, a tendência do setor é de declínio, segundo o analista econômico José Paulo Kupfer.

“A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), cedeu, em janeiro, em comparação com dezembro, recuando de uma alta de 0,73%, no último mês de 2021, para 0,54%, na entrada de 2022, dentro das expectativas. Mas, ainda que em ritmo menor, trata-se da maior alta para o mês em seis anos. Fevereiro, de acordo com as projeções de especialistas, promete uma paulada, com elevação no mês próxima de 1%”, escreveu Kupfer em sua coluna, no portal UOL, de propriedade do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP). Em linha com a análise econômica, as vendas varejistas recuaram 0,1% em dezembro na comparação com novembro, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Semestre

“Esse quadro permite observar que a inflação mostra resistência, ainda que exiba recuo mês a mês, nos últimos três meses. Essa resistência se reflete não só no fato de que oito dos nove grupos de bens e serviços abrangidos pelo IPCA registraram alta em janeiro, mas também na subida do IPCA acumulado em 12 meses, que só deverá recuar, segundo as previsões, a partir de meados do primeiro semestre”, acrescentou Kupfer. Na comparação com o mesmo mês de 2020, as vendas varejistas tiveram queda de 2,9% em dezembro, contra expectativa de uma perda de 3,3%.