A pressão elevou ainda mais a resistência de Alcolumbre em apoiar uma proposta de anistia ampla para aliados do bolsonarismo.
Por Redação, com Reuters – de Brasília
Presidente do Congresso, o senador Davi Alcolumbre (União-AP) não escondeu, junto a aliados, o aborrecimento passado após cobranças públicas feitas pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) durante os atos de 7 de setembro, no Rio de Janeiro.

A pressão elevou ainda mais a resistência de Alcolumbre em apoiar uma proposta de anistia ampla para aliados do bolsonarismo, segundo apurou o diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo. No discurso no protesto em Copacabana, Flávio Bolsonaro declarou:
— Presidente Hugo Motta, presidente Davi Alcolumbre, com todo o respeito que tenho a Vossas Excelências, não existe meia anistia, não existe anistia criminal sem a anistia eleitoral. A nossa Constituição é muito clara e não deixem, presidentes Hugo e Davi, que o nosso Poder Legislativo seja, mais uma vez, pisado por Alexandre de Moraes, humilhado por Alexandre de Moraes.
A declaração foi recebida com contrariedade por Alcolumbre, que preferiu não se pronunciar oficialmente sobre o episódio.
Julgamento
Nos bastidores, o presidente do Senado tem se posicionado como principal obstáculo à anistia “ampla, geral e irrestrita” defendida pelo PL e que inclui o ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL). O julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), por liderar o golpe de Estado fracassado em 8 de Janeiro, foi retomado nesta terça-feira com o voto do ministro Alexandre de Moraes pela condenação de todos os réus do chamado ‘núcleo crucial’ da trama golpista.
Na semana passada, após o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), intensificar as articulações pela anistia com o apoio de partidos como PP e União Brasil, Alcolumbre reagiu com uma alternativa: uma proposta para reduzir as penas de condenados do 8 de janeiro que participaram dos atos de depredação em Brasília, mas que não financiaram nem planejaram os ataques. Essa versão, contudo, deixaria de fora Jair Bolsonaro e outros sete réus acusados de envolvimento direto na execução do golpe.