O MST terá que mobilizar técnicos que conhecem o sistema de agrofloresta e a produção camponesa na Venezuela. O presidente Nicolás Maduro já convocou mil brigadistas do movimento para atuar no país e o projeto de Bolívar é prioritário.

Amorim disse, em uma entrevista nesta manhã, que o governo Lula não cometerá a "loucura" de romper relações diplomáticas com a Venezuela.

Em cerimônia que contou com a presença do líder venezuelano Nicolás Maduro, o MST inaugurou um projeto para a produção de alimentos em terreno de mais de 10 mil hectares no Estado de Bolívar, reportou o movimento social.

Em um sinal inequívoco, no entanto, de que as relações entre os dois países está hoje mais perto da formalidade, Amorim foi direto ao afirmar que, no momento, não há a menor chance de o presidente Lula estar presente à cerimônia de posse de Maduro.

Maria Laura substitui o chanceler Mauro Vieira, que participou da reunião remotamente enquanto cumpre agenda oficial no Oriente Médio. O assessor especial da Presidência, Audo Faleiro, também esteve presente.

Vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez informou, no fim da noite passada, que o governo concedeu asilo político a Edmundo após ele se refugiar durante dias na embaixada da Espanha em Caracas.

A oposição, alguns países ocidentais e órgãos internacionais, como um painel de especialistas das Nações Unidas, afirmaram que a votação não foi transparente.

Na decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que validou a vitória do presidente Nicolás Maduro, foi determinada a publicação dos dados no prazo estimulado pela legislação.

Diante dos fatos, o líder brasileiro argumenta que não está “questionando a Suprema Corte” venezuelana.

Os apagões têm sido frequentes na Venezuela há uma década. O pior deles ocorreu em março de 2019 e durou vários dias, deixando o país no escuro.

A Venezuela tem atualmente 1.780 presos políticos, um número que disparou após as disputadas eleições presidenciais de 28 de julho, anunciou a ONG de direitos humanos Foro Penal.

A fala foi acompanhada pela brigada do MST no país e por uma delegação do movimento que acompanhou a consulta popular das comunas. O presidente agradeceu o presente e deu as boas-vindas aos militantes.

Na véspera, ainda segundo apurou o CdB junto a fontes no Ministério das Relações Exteriores, ficou claro que as forças de ultradireita têm um plano definido para desestabilizar o governo chavista, o que reforça a posição equidistante assumida no discurso do presidente Lula.

A cartada das forças neofascistas que atuam na tentativa de abalar a democracia, no país vizinho partiu desta vez do reitor titular do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Juan Carlos Delpino Boscán.

Na Venezuela, no entanto, o fato de os vizinhos - entre outros países do mundo - não reconhecerem o resultado das eleições não parece ser algo decisivo para a sociedade. Neste domingo, por exemplo, em todo o país, ocorria a Consulta Popular Nacional.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está em viagem às Filipinas nesta sexta-feira, e as negociações têm sido conduzidas no Palácio do Planalto pelo assessor internacional do presidente Lula, Celso Amorim.

O presidente da Assembleia Nacional, o deputado governista Jorge Rodríguez, na sessão do parlamento, defendeu uma nova lei que proíba a candidatura de quem não acatar a decisão do Supremo.

Até o momento, Lula não reconheceu o pleito realizado no país vizinho, onde Maduro se declarou reeleito e a oposição diz ter vencido com Edmundo González. A posição do presidente – reforçada no Senado por seu assessor-chefe para assuntos internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim – é de que a eleição só será reconhecida com a apresentação das atas.

O presidente também reforçou a necessidade de o CNE apresentar os dados das eleições, e disse trabalha com a Colômbia para encontrar uma solução para a crise.

Em informe publicado nesta semana, especialistas da ONU afirmam que a eleição presidencial do país sul-americano não cumpriu as medidas básicas de transparência.