O governo de Boluarte apresentou mais uma proposta para ser analisada nesta sexta-feira e que prevê o pleito já para outubro deste ano, mas analistas apontam que há poucas chances de aprovação.

Por ser uma reforma constitucional, o texto precisava ter 87 votos a favor para ser aprovado diretamente ou 66 para poder ser submetido a uma consulta popular. No entanto, foram obtidos apenas 54 votos favoráveis e 68 contrários.

Em um discurso à nação, Boluarte também disse que se o Congresso não reconsiderar a proposta de promover eleições, ela apresentará um projeto de lei para incumbir o próximo Congresso eleito de supervisionar uma "reforma total" da Constituição do Peru, que data de 1993.

Por Altamiro Borges - Desde a deposição do presidente Pedro Castillo, em 7 de dezembro passado, mais de 50 pessoas já foram assassinadas e centenas foram feridas e presas pelo governo direitista de Dina Boluarte. A brutal repressão no sofrido país vizinho não é capa dos jornalões e pouco aparece nos telejornais do Brasil.

A tentativa de remover Boluarte ocorre em meio a violentos protestos após o impeachment e prisão no mês passado de seu antecessor, Pedro Castillo, nos quais dezenas de pessoas morreram. Ela culpa Castillo, que está em prisão preventiva, por promover a polarização política durante seus quase 17 meses no poder.

Desde a prisão de Castillo, de quem Boluarte era vice-presidente, protestos começaram a ocorrer no sul do país, na mesma área de nascimento e atuação do ex-mandatário. No entanto, esses atos começaram a se espalhar pelo país.

Em Lima, ato antigoverno termina em incêndio de grandes proporções. Confrontos com a polícia são registrados após manifestantes tentarem chegar a prédios importantes, como o do Congresso.

A passeata, organizada por sindicatos e grupos de esquerda, transcorreu sem incidentes. Os confrontos iniciados no início de dezembro marcam a pior explosão de violência no Peru em mais de 20 anos.