Rio de Janeiro, 12 de Setembro de 2025

Zimbábue sofre golpe militar e cai o gabinete de Mugabe

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Quarta, 15 de Novembro de 2017 às 15:43, por: CdB

Mugabe, a encarnação do ‘Grande Velho’ da política africana, comandou o Zimbábue durante os últimos 37 anos. Contrastando com sua condição privilegiada no continente, ele é repudiado no Ocidente.

 

Por Redação, com Reuters - de Harare

 

Os militares do Zimbábue tomaram o poder no início desta quarta-feira. Os golpistas disseram visar “criminosos” próximos do presidente Robert Mugabe; mas foram à televisão nacional para garantir que o líder de 93 anos e sua família estão “sãos e salvos”.

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O palácio presidencial, na capital Harare, no Zimbábue, foi cercado por militares

Soldados e veículos blindados interditaram ruas que dão acesso aos escritórios do governo, do Parlamento e dos tribunais do centro de Harare; e táxis transportavam trabalhadores do entorno da capital para seu empregos nas proximidades, disse uma testemunha à agência inglesa de notícias Reuters.

Mugabe, a encarnação do ‘Grande Velho’ da política africana, comandou o Zimbábue durante os últimos 37 anos. Contrastando com sua condição privilegiada no continente, ele é repudiado no Ocidente; que o vê como um déspota cujos manejo desastroso da economia. Além da disposição de recorrer à violência para se manter no poder destruíram um dos Estados mais promissores da África.

— Só estamos visando criminosos ao redor dele (Mugabe) que estão cometendo crimes que estão causando sofrimento social e econômico no país para poder levá-los à justiça. Assim que tivermos realizado nossa missão, acreditamos que a situação voltará à normalidade — disse o major-general SB Moyo. Ele é o chefe de Logística do Estado-Maior, na TV.

Impasse

Nem Mugabe nem a mulher dele, Grace, que vinha almejando sucedê-lo como presidente, foram vistos; nem se tem notícias dos dois. O partido opositor Movimento pela Mudança Democrática pediu uma volta pacífica à democracia constitucional. Acrescentou, em nota, esperar que a intervenção militar leve ao “estabelecimento de um Estado-nação estável; democrático e progressista”.

Falando em nome da Comunidade de Desenvolvimento Sul-Africana (SADC, na sigla em inglês), o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, expressou a esperança de que não ocorram mudanças inconstitucionais de governo no Zimbábue; já que isso seria contrário à posição da SADC e da União Africana.

Zuma exortou o governo e os militares do Zimbábue “a resolverem o impasse político amistosamente”.

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