Programa já ativou 2,8 mil pontos de conexão e beneficia pequenos empreendedores, moradores e prestadores de serviço.
Por Redação, com CartaCapital – de São Paulo
A cidade de São Paulo soma 2,8 mil novos pontos de acesso à Internet em mais de 400 comunidades. O avanço é resultado da ampliação do programa Wi-Fi Livre SP.

A iniciativa é coordenada pelo Instituto Conhecer Brasil (ICB) em parceria com a Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia (SMIT), com apoio da Prefeitura. Com velocidade de até 600 Mbps, o sinal é acessível por qualquer dispositivo compatível.
Esse serviço atende áreas de vulnerabilidade social e econômica, onde o acesso à Internet ainda é limitado.
Conexão cria oportunidades
O objetivo é garantir conectividade dentro das periferias, onde vivem milhares de empreendedores e trabalhadores. Nessas regiões, muitas vezes, os serviços digitais básicos não estão disponíveis.
A expansão partiu do edital 01/SMIT/2024 e foi viabilizada pelo Processo Administrativo nº 2024.06.20.00002. O foco é promover inclusão digital e fortalecer a economia local.
Segundo Karina da Gama, presidente do ICB, o programa identifica áreas com baixa infraestrutura digital. “Queremos mudar a realidade das comunidades, onde a conexão não chega e os serviços de entrega, transporte e crédito digital ainda são limitados”, afirmou.
Nas regiões atendidas, o sistema já registrou quase 500 mil conexões simultâneas. O volume rotativo de usuários chega a 2 milhões de pessoas.
Com internet gratuita, pequenos negócios locais ganham visibilidade. Além disso, os empreendedores passam a ter acesso a ferramentas de gestão, atendimento e vendas.
É o caso de Julio Rodrigo da Silva, comerciante de Guaianases. Com o Wi-Fi, ele passou a vender marmitas por aplicativo. “Agora faço as vendas por aplicativo. Fica mais fácil para mim e para os clientes”, relatou.
Além do uso comercial, a conectividade impacta o acesso a serviços públicos, oportunidades de emprego e plataformas educacionais.
Apoio a iniciativas sociais
A infraestrutura também reforça o trabalho de organizações sociais. Essas entidades já atuam nas comunidades com ações culturais, esportivas e sociais.
Márcio Chaves Santana, conhecido como “Piruca”, preside uma ONG que atende mais de 400 pessoas. A entidade oferece atividades como aulas de artes marciais, balé, zumba e ações de assistência.
Segundo ele, professores, alunos e pais utilizam a rede gratuita para se comunicar e organizar as atividades. “Isso fortalece tudo o que fazemos”, explicou.
Para viabilizar o projeto, o ICB conta com apoio técnico de empresas especializadas. Essas companhias atuam na implantação dos equipamentos e no suporte à operação.
De acordo com o instituto, novas comunidades devem ser atendidas ainda em 2025. A meta é ampliar o alcance do programa a outras regiões da cidade.
Contratos com pequenos provedores
Outro diferencial do programa está no modelo de contratação dos serviços. Ao todo, 72 pequenos provedores de internet (ISPs) foram selecionados, sem participação das grandes operadoras.
Essa escolha foi baseada na atuação prévia dos provedores nas áreas mapeadas. Assim, a gestão aposta no conhecimento local para garantir a operação contínua dos pontos de acesso.
Segundo Karina da Gama, a medida fortalece o empreendedorismo periférico. Além disso, estimula o mercado regional de telecomunicações.
Para o secretário municipal de Inovação e Tecnologia, Milton Vieira, o modelo representa uma política pública sustentável. “A inclusão digital está integrada ao desenvolvimento econômico”, disse.
Ele também destacou os impactos do programa. “Estamos gerando empregos, impulsionando pequenos negócios e criando oportunidades reais nas periferias”, afirmou.