O governo norte-americano, segundo noticiou o jornal Washington Post nesta quarta-feira, quer incluir o urso polar na lista de espécies sob risco de extinção, devido ao aquecimento do seu habitat. A proposta, citada sob anonimato por uma fonte do Departamento do Interior, representa a primeira vez que o governo de George W. Bush identifica alterações climáticas como um fator para a extinção de uma espécie, segundo o jornal.
- Revisamos todos os dados disponíveis que nos levam a crer que o gelo marinho do qual o urso polar depende vem recuando. Obviamente, o gelo marinho está derretendo porque as temperaturas estão mais elevadas - disse o funcionário ao jornal.
A mesma fonte acrescentou que autoridades do Serviço de Pesca e Vida Selvagem concluíram que os ursos polares podem estar ameaçados dentro de 45 anos, de acordo com a reportagem. O Departamento do Interior ainda não comentou oficialmente a informação. O governo Bush rejeita a tese científica de que a atividade humana contribui com o aquecimento global, e resiste em limitar as emissões dos chamados gases do efeito estufa, argumentando que isso seria nocivo para as empresas e os trabalhadores norte-americanos.
Os gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2) emitido por fábricas e automóveis, prendem o calor na atmosfera. Cientistas dizem que a elevação das temperaturas pode aumentar o nível dos mares e provocar mais secas, inundações e ondas de calor. A fonte do Post disse que a decisão de propor a inclusão do urso polar entre as espécies em risco "não foi fácil" porque "ainda há uma significativa incerteza" sobre o que pode acontecer com as populações de ursos no futuro.