Rio de Janeiro, 18 de Junho de 2025

UE e Kiev farão investigação conjunta sobre Bucha

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Segunda, 04 de Abril de 2022 às 09:29, por: CdB

Situada nos arredores da capital Kiev, Bucha esteve sob domínio dos russos até a última sexta-feira, quando as forças da Ucrânia reassumiram seu controle. Desde então, surgiram diversos indícios de massacres contra a população civil, incluindo corpos largados pelas ruas e valas comuns para sepultar os mortos.

Por Redação, com ANSA - de Bruxelas/Kiev

A União Europeia vai enviar uma equipe investigativa para documentar possíveis crimes de guerra e contra a humanidade em Bucha, cidade ucraniana libertada no fim da semana passada, e outras áreas do país.
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Destruição em Bucha, nos arredores de Kiev
O anúncio foi feito nesta segunda-feira, após um telefonema entre os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. – A UE montou uma equipe conjunta investigativa com a Ucrânia para coletar evidências e apurar crimes de guerra e contra a humanidade. A UE está pronta para aumentar esse esforço enviando times investigativos in loco para apoiar a promotoria ucraniana – diz um comunicado divulgado por Von der Leyen. De acordo com a alemã, também há negociações para a Corte Internacional de Justiça se juntar a esse inquérito. "As imagens angustiantes (de Bucha) não podem e não ficarão sem resposta. Os autores desses crimes hediondos não podem ficar impunes", acrescentou a chefe da Comissão Europeia.

Arredores da capital Kiev

Situada nos arredores da capital Kiev, Bucha esteve sob domínio dos russos até a última sexta-feira, quando as forças da Ucrânia reassumiram seu controle. Desde então, surgiram diversos indícios de massacres contra a população civil, incluindo corpos largados pelas ruas e valas comuns para sepultar os mortos. – Os relatos que surgem dessa e de outras áreas levantam sérios e inquietantes questionamentos sobre possíveis crimes de guerra, graves violações do direito internacional humanitário e sérias violações da legislação internacional sobre direitos humanos – afirmou a alta comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, em um comunicado divulgado nesta segunda. – É vital que sejam feitos todos os esforços para garantir investigações independentes e eficazes sobre o que aconteceu em Bucha, para assegurar verdade, justiça e responsabilização, bem como reparação para as vítimas e suas famílias – acrescentou. Uma testemunha identificada apenas como Alina contou à agência italiana de notícias ANSA que, durante a ocupação russa na cidade, os militares invasores pegaram mulheres como escravas e as levaram para seu quartel-general. "Elas tinham de cozinhar e fazer tudo aquilo que eles mandavam", relatou. Além disso, segundo a agência ucraniana Unian, o Exército encontrou uma "câmara de tortura" usada pelos soldados russos, com os cadáveres de cinco civis curvados para a frente e as mãos amarradas nas costas. Nesta quarta-feira, os embaixadores dos 27 Estados-membros da União Europeia em Bruxelas devem se reunir para discutir uma nova rodada de sanções contra o regime de Vladimir Putin por causa dos relatos de crimes em Bucha. Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, rechaçou as acusações "categoricamente" e afirmou que "especialistas" do Ministério da Defesa encontraram sinais de "manipulação dos vídeos" divulgados pela Ucrânia. Já o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, denunciou uma suposta "encenação do Ocidente" e do governo ucraniano nas redes sociais. Moscou também acusa Kiev de querer "interromper as conversas de paz e intensificar a violência".

ONU

A alta comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, disse nesta segunda-feira que há sinais de "possíveis crimes de guerra" em Bucha, cidade ucraniana recém-libertada das tropas da Rússia. Situado nos arredores da capital Kiev, o município esteva sob domínio dos russos até a última sexta-feira, quando as forças da Ucrânia reassumiram seu controle. "Os relatos que surgem dessa e de outras áreas levantam sérios e inquietantes questionamentos sobre possíveis crimes de guerra, graves violações do direito internacional humanitário e graves violações dos direitos humanos", afirmou Bachelet.
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