Rio de Janeiro, 05 de Julho de 2025

Turquia intensifica repressão e detém mais três prefeitos da oposição

Arquivado em:
Sábado, 05 de Julho de 2025 às 10:35, por: CdB

Após prisão do prefeito de Istambul, em meados de março, regime de Recep Tayyip Erdogan mira agora outras lideranças do principal partido de oposição.

Por Redação, com DW – de Istambul

Menos de quatro meses após o regime de Recep Tayyip Erdogan na Turquia prender o prefeito de Istambul e principal nome da oposição, Ekrem Imamoglu, autoridades do país detiveram neste sábado outros três prefeitos.

Turquia intensifica repressão e detém mais três prefeitos da oposição | Prefeito de Antália, Muhitttin Bocek, está entre os políticos presos
Prefeito de Antália, Muhitttin Bocek, está entre os políticos presos

Assim como Imamoglu, os três são do Partido Republicano do Povo (CHP), principal sigla adversária de Erdogan. Eles governam as cidades de Adana, Antália e Adeiamane, todas no sul do país, e foram acusados de extorsão pela Procuradoria.

Segundo a emissora NTV, o trio foi preso neste sábado no âmbito de uma investigação que alcançou centenas de políticos do CHP.

Desde outubro, as autoridades turcas já detiveram 11 prefeitos. Principal ameaça à hegemonia de Erdogan, que controla a Turquia há 22 anos, o prefeito de Istambul foi preso em março, provocando a maior onda de protestos do país em uma década. Ele segue no cárcere, enquanto aguarda julgamento por acusações de corrupção que ele nega. O CHP reagiu à prisão nomeando-o candidato à Presidência para o pleito de 2028.

Ação maciça contra a oposição

No início desta semana, Tunc Soyer, também político do CHP e ex-prefeito de Izmir, foi preso junto com outros 137 funcionários municipais acusados de fraudar licitações. Destes, Soyer e mais 59 seguem em prisão preventiva.

Além deles, a mídia estatal informou na sexta-feira que o prefeito de Manavgat, uma cidade turística no Mediterrâneo na província de Antália, foi detido sob suspeita de corrupção junto com outras 34 pessoas.

O CHP nega as acusações contra seus dirigentes, que também responderão por crime organizado, suborno e fraude a licitações. O partido afirma que as investigações têm motivação política e visam neutralizar a ameaça que representa ao presidente Erdogan.

O governo em Ancara alega que a Procuradoria e o Judiciário são independentes e refuta que as prisões sejam uma retaliação à vitória do CHP nas eleições municipais de 2024.

Erdogan luta para manter o apoio popular em meio a acusações de que conduz a Turquia rumo ao autoritarismo. O país enfrenta uma crise econômica que gerou alta inflação e desvalorizou a lira.

Edições digital e impressa
 
 

 

 

Jornal Correio do Brasil - 2025

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo