Ex-governador paulista, Alberto Goldman compara João Dória com marginal e diz que ele fraudou licitações na prefeitura de São Paulo.
Por Redação, com Viomundo - de Belém, Manaus e São Paulo
Ex-governador paulista, o engenheiro e líder político tucano Alberto Goldman publicou, neste sábado, um vídeo nas redes sociais no qual dispara um ataque frontal ao prefeito paulistano, João Doria (PSDB). Goldman denuncia Dória por fraudar licitações.
— Esse é o homem que se diz puro, limpo, gestor, que não tem nada a ver com políticos — afirmou.
O disparo, no entanto, não se trata de um ataque isolado. Doria, desde que se lançou candidato à Presidência da República, passou a incomodar os líderes do PSDB, principalmente, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Uma reportagem publicada no último número da revista conservadora Piauí relata a apuração de jornalistas que se infiltraram em um grupo de whatsapp do Movimento Brasil Livre (MBL).
Defesa hipócrita
Os repórteres revelaram que os agentes do golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff (PT) trabalham para desmontar o PSDB. Eles atuam pela eleição de Doria, numa coalizão que juntaria o PMDB, ruralistas e evangélicos.
A informação esclareceu o motivo de o MBL, que se apresenta como ‘liberal’, ter assumido um tom moralista nos últimos meses: atrair os evangélicos. Doria, não por acaso, gravou um vídeo condenando tanto a exposição Queermuseum — fechada em Porto Alegre — quanto uma exibição do MAM, em São Paulo, onde um artista nu ficou exposto ao público.
“A ‘defesa da família’, por mais hipócrita que seja, pode ser uma estratégia eleitoral eficiente diante da falta de saída a curto prazo para a grave crise econômica. Agora, Michel Temer vetou um artigo da reforma política que estabeleceria um teto para as doações de milionários às suas próprias campanhas. Em tese, a decisão beneficia Doria”, afirma o site Viomundo, do jornalista Luiz Carlos Azenha.
Vice ex-comunista
Ainda segundo Azenha, este “é mais um indício de que a coalizão em torno de Doria pode estar em consolidação. Ele sairia do PSDB para o próprio PMDB ou para um partido que receberia apoio do PMDB, caso seja derrotado internamente”.
Geraldo Alckmin, por sua vez, seria o candidato tucano que busca uma coalizão com o PSB, tendo como vice o ex-comunista Aldo Rebelo. Doria, que foi a Belém participar do Círio de Nazaré, respondeu às acusações chamando Goldman de “improdutivo” e “fracassado”.
— Hoje meu recadinho vai para você Alberto Goldman, que viveu a vida inteira na sombra do Orestes Quércia e do José Serra. Você que é um improdutivo, um fracassado — disse o prefeito de São Paulo em vídeo.
Outro candidato
Goldman, porém, é vice-presidente nacional do PSDB. Sinal que Doria terá dificuldades para emplacar seu nome na escolha para o presidenciável tucano.
O ataque de Goldman, no entanto, não passou despercebido. Prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, fundador do PSDB, também pretende disputar a indicação. Ele se diz melhor candidato do que Doria ou Alckmin:
— O PSDB tem muitos rachas porque nunca fizemos prévias presidenciais. Tem gente que perde a indicação e depois não morre de entusiasmo em apoiar o escolhido. Não conseguimos falar uma linguagem que unifique o Brasil. Quem ganhar prévia sairá legitimado. Seria uma leviandade de último grau de quem perder ir para outro partido — resume Virgílio.