Grupo dos tucanos, liderados por Tasso Jereissati,divulga pesquisa em que mostra desgaste do partido no governo Temer.
Por Redação - de Brasília
O tempo joga contra os tucanos. Quanto mais perto da convenção nacional, prevista para dezembro, maior o estremecimento nas bases da legenda. O partido desintegra-se, em nível nacional, em facções que apoiam desde o presidente afastado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), ao presidente interino, senador Tasso Jereissati (CE); passando por outros que se subdividem nos apoios ao prefeito de São Paulo, João Doria, e ao governador paulista, Geraldo Alckmin. A divisão mais recente refere-se ao governador goiano, Marconi Perillo, que também quer disputar a Presidência nacional.
Jereissati havia dito que não gostaria de continuar na cabeça da Executiva Nacional, mudou de ideia. Agora adianta que pretende formar uma chapa, o que agravou o estremecimento do conglomerado de centro-direita. Aqueles que apoiam Perillo reagiram. Disseram, em correspondências veladas à direção partidária que o cearense deve renunciar ao cargo que ocupa, interinamente. Se não o fizer, nas próximas horas, corre o risco de ser acusado por uso indevido da máquina partidária para se beneficiar na disputa interna.
Aliados não declarados de Aécio Neves, que nutre verdadeiro ódio por Jereissati — segundo disseram fontes ligadas à Executiva Nacional do partido, em condição de anonimato, à reportagem do Correio do Brasil — tentam derrubar o comandante provisório da nau tucana, que faz água em profusão, nos últimos dias. Eles acusam o adversário de impor uma oposição contra o governo Michel Temer que, na realidade, não existe nas hostes do partido.
Sem ministérios
A pesquisa encomendada pelo grupo do tucano cearense mostra que a legenda se desgasta, rapidamente, enquanto permanece no governo Temer. A divulgação dos números, no entanto, serviu para acirrar, ainda mais, os ânimos dos correligionários que defendem a permanência na Esplanada dos Ministérios. Correligionários do campo adversário a Jereissati distribuíram, nesta manhã, na sede nacional do PSDB, em Brasília, panfletos nos quais tentam desmentir os resultados do estudo feito pelo instituto contratado pela atual diretoria.
A presença do PSDB no governo, porém, está com seus dias contados. Temer já anunciou que pretende remover os tucanos dos ministérios que ocupam. O expurgo está previsto para março do ano que vem; quando não haverá mais tempo hábil de as exonerações pesarem na escolha de candidatos, caso houver eleições.
Diante do quadro de divisão interna, o PSDB deve seguir sozinho na disputa presidencial. Mozart Vianna, ex-secretário-geral da Câmara dos Deputados e ligado a Temer tende a assumir a cadeira do deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA). Ele tem sido muito criticado por ineficiência no trato político com a base aliada. O atual ocupante do Ministério das Cidades, Bruno Araújo está em um cargo perseguido por aliados do chamado ‘Centrão’; por seu orçamento relevante. Ele deverá deixar a cadeira para o deputado Arthur Lira (PP-AL).