O volume e ritmo de trabalho vem com maiores cotas e maiores jornadas para os funcionários do transporte e logística. A coalizão de trabalhadores diz que a empresa também ignora protocolos básicos de segurança para assim minimizar custos e maximizar lucros.
Por Redação, com Brasil de Fato - de Nova York
Nesta sexta-feira, uma série de greves e protestos de trabalhadores da Amazon ocorreu em ao menos 20 países como parte do dia de ação coordenado por meio da coalizão global Make Amazon Pay (Faça a Amazon Pagar, em português).
“A Amazon pode até estar em todos os lugares, mas nós também estamos”
“As ações deste ano foram pensadas para ser muito maiores, com greves e protestos planejados em inúmeras cidades em pelo menos 20 países por todos os continentes habitados do planeta”, afirmou em comunicado à imprensa a coalizão Make Amazon Pay. “O dia global de ação reunirá ativistas de diferentes lutas, trabalhista, ambiental, tributária, dados, privacidade, antimonopólio, enquanto sindicalistas, ativistas da sociedade civil e ambientalistas realizam ações conjuntas”. No Camboja, ex-funcionários de uma fábrica têxtil que fechou em março de 2020 planejaram ato para exigir US$ 3,6 milhões em seguro-desemprego. Na Itália, 15 mil entregadores parariam por 24 horas por demandas de redução de carga de trabalho e estabelecimento de horário semanal, bônus por desempenho e medidas de privacidade para vigilância e coleta de dados. Em setembro, trabalhadores sindicalizados dos galpões de armazenamento de produtos daquele país conseguiram seu primeiro acordo direto com a Amazon após realizarem greve de 24 horas. No Reino Unido, trabalhadores dos armazéns, da área de tecnologia e entregadores exigirão que a Amazon reconheça os sindicatos. Ainda que os trabalhadores britânicos tenham assegurado seu direito à sindicalização, a Amazon tem se recusado a negociar com qualquer sindicato, incluindo o GMB, que possui 600 mil membros associados. Um exemplo da amplitude de ativistas envolvidos nos protestos pôde ser visto com a participação do grupo ambientalista Extinction Rebellion (Rebelião da Extinção), que realizou protestos em diversas partes do país. Na parte da manhã, por exemplo, protestantes fizeram bloqueios na parte externa dos armazéns da Amazon na região portuária de Tilbury, no condado de Essex, próximo a Londres. De acordo com o site local Essex Live, a Amazon local soltou comunicado em que, em um dos trechos, aponta os benefícios que traz à comunidade: "Isso inclui nosso compromisso de sermos uma empresa de emissão de carbono net zero até 2040, 10 anos antes dos Acordos de Paris, provendo um excelente salário e benefícios em um ambiente de trabalho seguro de moderno, e ao apoiar as dezenas de milhares de pequenos comerciantes britânicos que vendem em nossa loja."