Ocupante do Ministério da Justiça, nomeado por Temer, Torquato Jardim estuda uma forma de livrar o patrão da cadeia.
Por Redação - de Brasília
Ocupante do Ministério da Justiça, nomeado por um governo que teria por objetivo “estancar a sangria da Operação Lava Jato”, conforme traduziu o líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR) para livrar os integrantes do partido e seus principais aliados, Torquato Jardim já fala, abertamente, em anular as provas colhidas pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente de facto, Michel Temer.
Jardim anunciou, publicamente, durante entrevista a um dos diários conservadores paulistanos, que pretende mudar o comando da Polícia Federal (PF). Acrescentou que tentará, de alguma forma, anular as provas da JBS – que atingem diretamente Michel Temer e Aécio Neves – após a prisão de Joesley Batista.
— Terá consequências graves para a credibilidade do processo. Razoável presumir que depoimentos e provas fiquem sob suspeição de manipulação pelos agora presos. O MPF por certo será ainda mais cuidadoso e minucioso ao examinar os fatos e os documentos pertinentes — disse.
Aposentadoria
Segundo Jardim, “não é possível, não seria razoável admitir, que esses dois delatores e outros mais tenham enganado tão bem tantos, tanto tempo”.
— Agora foram pegos no tropeço. O triste, além de todas as consequências jurídicas para quem foi envolvido, é que a delação esteja sendo colocada em prática por pessoas que não se preparam para essa tarefa — acrescentou.
Sobre a mudança na PF, ele tratou o tema como uma mudança de rotina.
— Com a transição natural da vida. O delegado (Leandro) Daiello está há sete anos no posto, trabalho excepcional. Ele próprio já disse que quer deixar o posto, que quer tirar férias e se aposentar — concluiu.