Rio de Janeiro, 07 de Julho de 2025

Taiwan afirma que não se curvará à pressão da China

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Domingo, 10 de Outubro de 2021 às 08:19, por: CdB

Líder da nação insular, Tsai Ing-wen deu forte recado um dia após o presidente chinês, Xi Jinping, assegurar que a China "pode e irá conseguir" a reunificação com Taiwan. Ing-wen afirmou que reforçará defesas da ilha.

Por Redação, com DW - de Taipé

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, disse neste domingo que Taipei "não se curvará" à pressão de Pequim, pelo que o governo chinês chama de "reunificação". No seu discurso no Dia da República Nacional da China, nome oficial de Taiwan, a líder da ilha acrescentou que Pequim "não ofereceria nem um modo de vida livre e democrático para Taiwan nem soberania para os seus 23 milhões de habitantes". O forte recado de Ing-wen ocorre apenas um dia após o presidente chinês, Xi Jinping, ter assegurado que a China "pode e irá conseguir" a reunificação com Taiwan, desta vez deixando de lado a ameaça de o fazer pela força. O líder chinês oferece a integração de Taiwan à China sob "um país, dois sistemas", que, em teoria, é aplicado em Macau e Hong Kong, e que garantiria um certo grau de autonomia. Em resposta, Ing-wen afirmou que fortalecerá as defesas do país para garantir que ninguém possa forçar Taiwan "a seguir o caminho que a China traçou".

Proposta pouco atrativa

Para Ing-wen e outras autoridades de Taiwan a proposta de Xi Jinping é pouco atrativa, visto o controle cada vez mais evidente de Pequim sobre Hong Kong, em resposta aos protestos de 2019 exigindo mais liberdade. – Depois de assumirem o controle total de Hong Kong e de se voltarem contra os ativistas pró-democracia, as autoridades de Pequim também se afastaram do caminho do desenvolvimento político e econômico que começaram há décadas atrás – frisou a presidente de Taiwan. Sobre as relações com Pequim, que, segundo o Ministro da Defesa de Taiwan, atravessam "o seu pior momento em 40 anos", Ing-wen disse que não houve qualquer mudança na posição de Taiwan. "Afirmamos manter o status quo, faremos o nosso melhor para garantir que não seja unilateralmente alterado", disse. – Para resolver as diferenças (com a China), ambas as partes precisam entrar num diálogo baseado na igualdade – afirmou a política, que está no cargo desde 2016.

Auxílio de outros países

A presidente da ilha também assegurou que "cada vez mais amigos democráticos estão dispostos a defender" Taiwan, destacando o progresso nas relações com o Japão, os Estados Unidos e a União Europeia. – Taiwan já não é visto como o 'órfão da Ásia', mas como uma ilha de resiliência que pode enfrentar desafios com coragem – enfatizou. Ela enalteceu os sucessos da nação, líder em indústrias chave, como a de semicondutores, e um dos territórios que melhor controlou a pandemia de covid-19. – Quanto mais conseguimos, mais pressão enfrentamos da China. Não temos o privilégio de poder baixar a nossa guarda – disse Ing-wen.

Um feriado, duas interpretações

A ilha é governada de forma autônoma desde 1949, data em que as forças nacionalistas do Kuomintang ali se refugiaram depois de terem sido derrotados pelas tropas comunistas, que fundaram, no continente, a República Popular da China. Pequim considera Taiwan parte da China.

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