O setor público consolidado do Brasil fechou 2006 com superávit primário de R$ 90,144 bilhões, equivalente a 4,32% do Produto Interno Bruto, segundo informe do Banco Central, divulgado nesta quarta-feira. O resultado, que mede a economia do país para o pagamento de juros, ficou abaixo do registrado em 2005, quando o superávit foi de 4,83% do PIB, mas superou a meta de 4,25% fixada pelo governo para o ano passado.
A dívida líquida total do setor público fechou dezembro em 50,0% do PIB, ante 51,5% do PIB no encerramento de 2005.
- Este desempenho confirmou nossa expectativa. Houve uma descompressão fiscal ao longo de 2006 por ser um ano eleitoral. Em 2007, o superávit tende a ser menor devido à aplicação do PPI (Projeto Piloto de Investimentos), mas não vemos descontrole fiscal - afirmou a jornalistas o economista-chefe do Unibanco, Marcelo Salomon.
O governo central, que inclui Tesouro, BC e Previdência, registrou superávit primário de R$ 51,4 bilhões, ou 2,46% do PIB no ano passado. No mesmo período, as estatais tiveram superávit de R$ 19,1 bilhões (0,91% do PIB) e os Estados e municípios, superávit de R$ 19,7 bilhões (0,94% do PIB). O resultado nominal, que computa os gastos do setor público com juros, foi deficitário em 3,35% do PIB no ano passado, ante déficit de 3,28% em 2005.
Em dezembro do ano passado, as contas públicas tiveram déficit primário de R$ 6,453 bilhões, maior que o déficit de R$ 5,1 bilhões do mesmo mês de 2005. De acordo com nota do BC, "(o número de dezembro foi um) resultado consistente com o padrão sazonal do mês, tradicionalmente deficitário em função da maior concentração de despesas com pessoal e encargos".