Embora seja o maior conflito armado na região nos últimos anos, a disputa territorial entre palestinos e judeus se arrasta por décadas. Os dois grupos reivindicam o território, que possui importantes marcos históricos e religiosos para ambas as etnias.
Por Redação, com Poder360 - de Jerusalém
O número de mortos no conflito armado entre Israel e o grupo Hamas, que já dura 7 dias, chegou a 3.515 pessoas neste sábado. A maioria das vítimas são palestinas, com 2.215 mortos, segundo a Al Jazeera. A Defesa de Israel informou que ao menos 1,3 mil israelenses morreram no conflito.

Os números não incluem os 1,5 mil corpos de combatentes do Hamas que as Forças de Israel disseram ter encontrado em 10 de outubro.
Já entre os feridos são ao menos 12.118 pessoas, sendo 3.418 israelenses e cerca de 8,7 mil palestinos desde o início da guerra.
O grupo extremista Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel em 7 de outubro. As forças israelenses responderam com bombardeios em alvos na Faixa de Gaza. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou guerra ao Hamas no dia seguinte (8.out) e falou em destruir o grupo.
Em 9 de outubro, Israel determinou um “cerco completo” à Faixa de Gaza, isto é, eletricidade, alimentos, combustível e água não serão fornecidos ao local. A medida é proibida pelo direito humanitário, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).
O maior conflito
Embora seja o maior conflito armado na região nos últimos anos, a disputa territorial entre palestinos e judeus se arrasta por décadas. Os dois grupos reivindicam o território, que possui importantes marcos históricos e religiosos para ambas as etnias.
O Hamas (sigla árabe para “Movimento de Resistência Islâmica”) é a maior organização islâmica em atuação na Palestina, de orientação sunita. Possui um braço político e presta serviços sociais ao povo palestino, que vive majoritariamente em áreas pobres e de infraestrutura precária, mas a organização é mais conhecida pelo seu braço armado, que luta pela soberania da Faixa de Gaza.
O grupo assumiu o poder na região em 2007, depois de ganhar as eleições contra a organização política e militar Fatah, em 2006.
A região é palco para conflitos desde o século passado. Há registros de ofensivas em 2008, 2009, 2012, 2014, 2018, 2019 e 2021 entre Israel e Hamas, além da Primeira Guerra Árabe-Israelense (1948), a Crise de Suez (1956), Guerra dos 6 Dias (1967), Guerra do Yom Kippur (1973), a primeira Intifada (1987) e a segunda Intifada (2000).
Os atritos na região começaram depois que a ONU (Organização das Nações Unidas) fez a partilha da Palestina em territórios árabes (Gaza e Cisjordânia) e judeus (Israel), em 1947, na intenção de criar um Estado judeu. No entanto, as lideranças árabes não aceitaram a divisão.
Ataque surpresa a Israel
O Hamas, grupo radical islâmico de orientação sunita, realizou um ataque surpresa a Israel no 7 de outubro. Israel declarou guerra contra o Hamas e começou uma série de ações de retaliação na Faixa de Gaza, território palestino que faz fronteira com Israel e é governado pelo Hamas.
Os ataques do Hamas se concentram ao sul e ao centro de Israel. Caso o Hezbollah faça novas investidas na fronteira com o Líbano, um novo foco de combate pode se estabelecer ao norte de Israel.
O tenente-coronel israelense Richard Hecht afirmou que o país “olha para o Norte” e que espera que o Hezbollah “não cometa o erro de se juntar (ao Hamas)”.