Segundo as investigações, a contaminação aconteceu por falhas no controle da matéria-prima.
Por Redação, com CartaCapital – de Brasília
Ao menos 284 cavalos morreram após consumo de ração produzida pela empresa Nutratta Nutrição Animal e contaminada com substância tóxica. O último balanço foi divulgado na quarta-feira 23 pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que acompanha o caso desde maio, quando surgiram as primeiras informações.

Segundo as investigações, a contaminação aconteceu por falhas no controle da matéria-prima. Após análises laboratoriais, foram identificados resíduos de plantas do gênero crotalária, que são usadas como adubo verde, mas não podem ser consumidas por cavalos, pois têm uma substância tóxica para os animais.
“Essas substâncias não são permitidas na formulação de rações e só aparecem quando há uso indevido de matérias-primas proibidas ou contaminação de ingredientes autorizados. Consideradas hepatotóxicas, alteram o DNA celular e causam danos ao fígado, com efeitos que variam conforme a dose, o tempo de exposição e a condição do animal”, destaca o Ministério.
Por conta da contaminação, o Mapa proibiu a fabricação e comercialização de produtos pela empresa. A decisão chegou a ser parcialmente derrubada pela Justiça (que autorizou a fabricação de alimentos para outras espécies de animais), mas a liminar foi revogada e a empresa está impedida de retomar qualquer tipo de produção.
O caso chegou ao Mapa em 26 de maio, após denúncia feita pelo canal Fala.BR após mortes de cavalos no estado de São Paulo. Após o início das investigações, houve novas denúncias, vindas de diferentes partes do país. Houve confirmação de contaminação em animais de Alagoas, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Lotes contaminados
Os lotes contaminados de ração de cavalos estão sendo recolhidos. Outros lotes também estão sendo analisados. Diante dos resultados, a investigação poderá ser ampliada.
O site CartaCapital entrou em contato com a Nutratta e aguarda retorno. Este texto poderá ser atualizado.