Além da ausência de reajuste salarial, o setor está sendo desmontado, sem novos concursos para repor as vagas dos que se aposentam e com queda de investimentos em áreas estratégicas.
Por Altamiro Borges - de São Paulo
Apesar do silêncio da mídia privatista, segue a revolta dos servidores federais com seus salários congelados há cinco anos. A insatisfação cresceu ainda mais após Jair Bolsonaro anunciar reajustes somente aos agentes da Polícia Federal e da PRF. Diante da chiadeira, o fascista até recuou da “generosidade” com sua base eleitoral, mas não convenceu o funcionalismo.Revolta e debandada
A revolta do funcionalismo federal é plenamente justificada. Desde o golpe do impeachment contra Dilma Rousseff, em 2016, a categoria tem sofrido duros retrocessos. Além da ausência de reajuste salarial, o setor está sendo desmontado, sem novos concursos para repor as vagas dos que se aposentam e com queda de investimentos em áreas estratégicas. Diante do caos reinante, desde o final do ano passado houve um movimento inédito de exoneração dos cargos de chefia. A debandada atingiu funções importantes no Banco Central, Receita Federal e Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), entre outras áreas, com os profissionais exigindo “respeito, valorização e dignidade”. Como registrou na época o site UOL, “o empenho direto do presidente Jair Bolsonaro na articulação que garantiu uma reserva no Orçamento de 2022 para dar aumento a policiais já começou a ter efeito em outras categorias de servidores, como os da Receita Federal e do Banco Central, que ameaçam debandada e manifestam indignação”. Já a Folha enfatizou na mesma ocasião que “enquanto lutou pelo reajuste dos policiais federais, Jair Bolsonaro deixou de lado aproximadamente 1 milhão de servidores ativos, aposentados e pensionistas que estão com a remuneração congelada há cinco anos”. Agora, os servidores públicos federais prometem dar o troco ao desrespeito do “capetão”. A conferir!Altamiro Borges, é jornalista.
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