Senador Lindbergh Farias (PT-RJ) aprova requerimento e cria comissão para investigar a Rede Globo.
Por Redação - de Brasília
A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática aprovou, nesta terça-feira, o requerimento do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) que institui a realização de audiência pública para avaliar as acusações que pesam sobre as Organizações Globo, em níveis nacional e internacional. Pesam sobre a emissora líder do cartel de comunicação que opera no país denúncias de que a TV Globo; principal empresa do setor, teria, por meio do pagamento de propinas a dirigentes do futebol brasileiro e internacional, atuado para obter a exclusividade na transmissão de grandes eventos esportivos. A Globo abocanha perto de 80% das verbas públicas de publicidade no Brasil, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil.
Lindbergh propôs que sejam convidados para a audiência o executivo Marcelo Campos Pinto, ex-diretor da Globo Esportes. Ele é um dos representantes do Grupo Globo. O senador argumenta que, caso sejam comprovadas as denúncias que estão sendo investigadas no âmbito da Justiça norte-americana, a atuação da emissora teria provocado distorções no mercado. O fato prejudica concorrentes de forma desleal, afetando ainda outros setores econômicos ligados a este mercado, pondera o senador.
Prisão domiciliar
"Este caso está tendo repercussão internacional, a partir de acordo de delação premiada feito pelo executivo argentino Alejandro Burzaco na Justiça norte-americana. A Globo teria pago, junto com a Televisa (grupo de comunicação mexicano) e a TyC (grupo de comunicação argentino do qual o delator foi executivo), U$ 15 milhões de dólares em propina para transmitir as Copas de 2026 e 2030", denuncia Lindbergh, no requerimento. No caso da Globo, o acordo envolveria, segundo Burzaco, a exclusividade na transmissão destes eventos para o Brasil.
O senador também aponta que, segundo o depoimento de Burzaco à Justiça dos EUA, a Globo teria conseguido vantagens. Por meio do pagamento de propinas, teria garantido os direitos de transmissão da Copa Libertadores e da Copa Sul-Americana; por cinco anos seguidos. Burzaco vem colaborando com a Justiça norte-americana como testemunha de acusação nas investigações envolvendo o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin. Ele se encontra em prisão domiciliar em Nova York (EUA).
O caso é investigado por autoridades norte-americanas porque ele; entre outros dirigentes do futebol brasileiro e mundial, todos utilizaram bancos e empresas norte-americanas para movimentar dinheiro de origem suspeita.
Globo nega
Por meio de nota oficial divulgada no dia 15 de novembro, o Grupo Globo nega ter efetuado pagamentos ilegais; fora do âmbito contratual, nas negociações de transmissão de eventos esportivos. A empresa afirma; ainda, que após dois anos de investigações, não é parte de qualquer processo judicial. Encontra-se, continuou, “à disposição das autoridades norte-americanas para que os fatos sejam esclarecidos”.