Rio de Janeiro, 25 de Junho de 2025

Sem médicos cubanos, saúde brasileira sofre novo impacto negativo

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Quarta, 14 de Novembro de 2018 às 13:50, por: CdB

Nos municípios que receberam o programa, entre 2013 e 2014, o número de internações caiu de imediato em 4% a mais do que nas outras cidades.

 
Por Redação - de Brasília e Havana
  Cuba anunciou nesta quarta-feira que não seguirá participando do programa Mais Médicos, que durante cinco anos tem enviado especialistas de saúde da ilha ao Brasil, depois que o presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou que irá modificar os termos de colaboração da iniciativa.
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Médicos cubanos ajudavam a suprir a falta de profissionais nos municípios mais distantes dos grandes centros brasileiros
Nos municípios que receberam o programa, entre 2013 e 2014, o número de internações caiu de imediato em 4% a mais do que nas outras cidades. Naqueles mesmos anos, esse índice chegou a 8,9% nas cidades em que o Saúde da Família, com a participação de profissionais do Mais Médicos na cobertura de mais de 36% da população do município. A expectativa é que em 2018 mais de 300 mil brasileiros deixem de ser internados, devido à ação dos médicos cubanos. “O presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, com referências diretas, depreciativas e ameaçadoras à presença de nossos médicos, tem declarado e reiterado que modificará os termos e condições do programa Mais Médicos, com desrespeito à Organização Pan-Americana da Saúde e ao que foi acordado por esta com Cuba”, disse a televisão estatal cubana, lendo comunicado do Ministério de Saúde de Cuba.

Questão ideológica

Em evento em Brasília de governadores eleitos, o general da reserva do Exército Augusto Heleno, que fará parte do futuro governo de Bolsonaro, afirmou que cabe aos Ministérios da Saúde e de Relações Exteriores se manifestarem. “Não sou eu quem vai falar disso”, disse a jornalistas. O próprio Bolsonaro foi ao Twitter na tarde desta quarta para afirmar que o governo cubano não aceitou suas condições para a manutenção da ilha no Mais Médicos, entre elas o pagamento integral dos salários aos profissionais cubanos que atuam no país. De acordo com o presidente eleito, a maior parte dos vencimentos tem como destino a “ditadura” da ilha caribenha. “Condicionamos à continuidade do programa Mais Médicos a aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou”, escreveu Bolsonaro na rede social.
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