Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Júlio Sérgio Gomes de Almeida negou, nesta quinta-feira, que o adiamento da divulgação das medidas para "destravar" o crescimento do país tenha alguma relação com insatisfações sobre as ações que deverão ser tomadas. Segundo ele, a divulgação do pacote foi adiada "apenas por uma questão de oportunidade". "Não tem nada haver com insatisfação com relação ao pacote, nem com conta que não fecha", afirmou Almeida a jornalistas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu na quarta-feira adiar para janeiro a divulgação das medidas que estão sendo costuradas pela equipe econômica para tentar acelerar o crescimento do país. O secretário também negou que a decisão tomada pelo governo em elevar o valor do salário mínimo para R$ 380 a partir de abril de 2007 tenha sido uma derrota para o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O ministro defendia a proposta de elevar o valor do mínimo para R$ 367, ante os atuais R$ 350.
Almeida classificou como importante o mecanismo estabelecido para corrigir o valor do mínimo nos próximos anos, que levará em conta a inflação apurada no ano anterior e a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
- Tivemos uma regra de longo prazo do salário mínimo que se nós tivéssemos hoje não teríamos os aumentos que nós tivemos nas nossas despesas correntes - disse.
Em relação ao reajuste da tabela do imposto de renda, que entrará em vigor a partir de 1o de janeiro de 2007, Almeida disse que o impacto será "muito baixo".