- Saddam Hussein foi enterrado neste domingo, às 4h (23h de sábado, no horário de Brasília), em um lugar construído durante o seu governo no centro de Awja - disse Musa Faraj, parente do ex-presidente iraquiano.
O governo iraquiano tem dado sinais de que não se incomoda com a possibilidade de que o túmulo de Saddam se torne um local de peregrinação política.
Ministros iraquianos dizem acreditar que a influência prática de Saddam no Iraque chegou definitivamente ao fim com sua execução.
Toque de recolher
O anúncio da morte de Saddam causou cenas de festa em Cidade Sadr, reduto xiita de Bagdá, onde pessoas dançaram nas ruas e tocaram as buzinas de seus carros. Cenas semelhantes também foram registradas em Basra e Najaf.
Mas em Tikrit, onde um toque de recolher foi imposto, a execução provocou protestos de admiradores de Saddam. O mesmo ocorreu em Samarra e Ramadi.
Horas depois da execução, pelo menos 31 pessoas foram mortas quando um carro-bomba explodiu em um mercado na cidade de Kufa, no sul do Iraque.
Um homem que a polícia disse ter saído do veículo antes da explosão foi morto por um grupo de pessoas revoltadas com o atentado.
Mais tarde, pelo menos 37 pessoas morreram e 76 ficaram feridas em duas explosões no distrito de Hurriya, em Bagdá.
O primeiro-ministro do Iraque, Nouri Maliki, disse que a execução de Saddam encerrou um capítulo obscuro da história do país.
- A Justiça, em nome do povo, cumpriu a sentença de morte contra o criminoso Saddam, que enfrentou seu destino como todos os tiranos, amedrontado e assustado durante um dia duro, que ele não esperava - afirmou Maliki.
O presidente americano, George W. Bush, descreveu a execução como "um importante marco" para a construção de uma democracia iraquiana. Bush reconheceu, no entanto, que a morte de Saddam não vai acabar com a violência no país.