- O que estamos vendo é um realinhamento no Oriente Médio entre as forças que são extremistas e querem usar a violência e, no outro lado da equação, Estados que querem usar o processo político (para resolver conflitos de maneira pacífica) - disse a secretária em uma entrevista à BBC, antes de deixar Washington.
O roteiro da secretária americana, que desembarcou neste sábado em Israel, inclui Egito, Jordânia, Arábia Saudita, Kuwait e territórios palestinos. A primeira visita será à Cisjordânia.
Mas observadores dizem também que a enviada americana tentará conter a influência da Síria e do Irã na região, e em especial no Iraque, onde grupos insurgentes enfraquecem o governo pró-Ocidente eleito após a queda do regime de Saddam Hussein.
Neste sábado, a Embaixada síria em Washington divulgou um comunicado em que rejeita acusações de que tenta causar insegurança no país vizinho.
"Contrário aos argumentos que circulam na imprensa e nos círculos políticos, a Síria tem cooperado, e continua a cooperar, com a estabilização da situação no Iraque", afirmou a nota, divulgada pela agência France Presse.
No texto, a Embaixada afirma que a Síria já prendeu diversos insurgentes que tentavam cruzar ilegalmente a fronteira com o Iraque.
"O governo dos Estados Unidos se recusa a aceitar esta realidade e continue a levantar acusações vazias e infundadas contra a Síria."
Irã
A secretária deve dar especial atenção ao Irã, que os Estados Unidos acusam de patrocinar grupos insurgentes que se opõem à presença das tropas americanas e britânicas no Iraque.
As tensões entre Teerã e Washington reacenderam nesta semana, depois que soldados americanos invadiram o consulado iraniano na cidade de Irbil, no norte do Iraque, e prenderam cinco funcionários.
A deterioração chegou ao ponto de o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, sair a público para negar que as forças americanas no Iraque estejam planejando ataques na fronteira com o Irã e com a Síria.
Ainda assim, tanto o presidente americano, George W. Bush, como Condoleezza Rice já afirmaram que pretendem aumentar as medidas contra aqueles que ameaçam desestabilizar o Iraque.
- Não acredito que algum governo no mundo fosse deixar os iranianos, particularmente, coordenar redes dentro do Iraque que estão fabricando dispositivos explosivos de ótima qualidade usados para matar seus soldados - disse Rice.
Ela negou, no entanto, que os Estados Unidos planejem uma escalada na guerra no Iraque ao confrontar grupos iranianos que atuam naquele país. Ela apoiou o compromisso manifestado por Bush de realizar missões de busca e destruição contra grupos suspeitos de fabricar bombas para uso dentro do Iraque.