Rio de Janeiro, 15 de Setembro de 2025

Requião alerta investidores sobre insegurança jurídica pós-golpe

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Terça, 03 de Outubro de 2017 às 11:44, por: CdB

Roberto Requião (PMDB-PR) lidera a Frente Parlamentar em Defesa da Soberania Nacional. Ele aponta riscos para o capital investido por estrangeiros na compra de ativos públicos, após o golpe de Estado.

 

Por Redação - do Rio de Janeiro

 

O senador Roberto Requião (PMDB-PR), que preside a Frente Parlamentar em Defesa da Soberania Nacional, disse que as privatizações realizadas pelo governo de Michel Temer poderão ser revogadas a partir de consulta popular. O referendo poderá ser realizado após a sua saída. O "aviso" aos investidores estrangeiros ocorreu na noite passada, durante o lançamento, na Cidade, da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional.

— Estão jogando fora o seu dinheiro, porque esse governo cai, hoje ou amanhã, e, quando ele cair, teremos um referendo revogatório e vamos anular isso tudo. Eles vão perder o dinheiro que investiram — afirmou Requião a jornalistas.

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Requião (C) ouve o discurso da deputada Benedita da Silva (PT-RJ), no lançamento da Frente

Nesta terça-feira, no aniversário de 64 anos da lei que criou a Petrobras, trabalhadores de diversas categorias realizaram um ato público, no centro do Rio em defesa das empresas públicas e da soberania nacional, que começou às 11h. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era aguardado, na parte da tarde.

Soberania

O senador, que lidera a frente, disse também que ilegalidades e irregularidades cometidas durante as privatizações deverão ser investigadas. Ele comparou ainda os compradores das empresas estatais a "receptadores de mercadoria roubada”; e também afirmou que o governo vende a soberania nacional "a preço de fim de feira”. O objetivo, após o golpe de Estado, é conseguir apoio para permanecer no poder; em meios às denúncias de corrupção.

No Rio, o evento de lançamento ocorreu na sede do Clube de Engenharia, no Centro, com a participação de 600 pessoas; entre parlamentares e representantes de organizações civis, setor privado, acadêmicos, sindicalistas, movimentos sociais.

— A luta em defesa da soberania nacional não pode ser uma luta partidária, não pode ser uma luta excludente, não pode ser uma luta de indivíduos brasileiro, tem que ser uma luta do povo brasileiro — afirmou Pedro Celestino Pereira, presidente do Clube.

Criada nacionalmente, em junho, na capital federal, a frente tem o apoio de 18 senadores e 201 deputados, e tem entre seus eixos a defesa da exploração eficiente dos recursos naturais e a promoção de infraestrutura capaz de promover o desenvolvimento do país.

Direitos básicos

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) também destacou a importância das empresas públicas para o desenvolvimento da economia nacional. "Ter soberania é termos uma Petrobras nossa, é termos a Eletrobras nossa, é não vender a Casa da Moeda, é fortalecer o BNDES."

A presidenta do PT relacionou a questão da soberania à realização de eleições livres. Em "que todos possam participar". Com a população decidindo sobre os seus destinos.

— Soberania é o povo não passar fome, é distribuição de renda. Ter soberania é ter direitos básicos garantidos — acrescentou. 

O deputado federal Patrus Ananias (PT-MG) é o secretário-geral da Frente em Defesa da Soberania Nacional. Ele afirmou que o primeiro objetivo é conscientizar sobre o atual momento vivido.

– De um lado o desmonte dos direitos e conquistas sociais que nós tivemos nos últimos anos e, de outro,  a entrega do país; comprometendo nosso bem maior, que é o Brasil na sua soberania – concluiu.

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