Mas o que acontece hoje no mundo é esta desorganização histórica elevada ao cubo, com o multiplicador do desemprego maciço e da informalidade crescente. A multinacional Mercedes Benz em sua fábrica de São Bernardo pretende agravar essa situação.
Por João Guilherme Vargas Netto - de São Paulo
As crônicas da escravidão registram que em um mesmo eito de café de uma das fazendas do senador Vergueiro trabalhavam pessoas com, ao menos, cinco tipos diferentes de relação de trabalho: escravo, ex-escravo, camarada, colono e assalariado. A heterogeneidade da força de trabalho é uma constante do capitalismo em todas as suas épocas.Metalúrgicos e sindicato
A reação dos metalúrgicos e do sindicato do ABC não tem sido a mesma que tiveram os colegas de São José dos Pinhais e o sindicato de Curitiba ao enfrentarem por duas vezes com greves longas os arreganhos da multinacional Renault. Ela foi obrigada a recuar de suas maquinações “reestruturantes”, até mesmo as antissindicais. Esperemos que a habilidade em negociação dos paulistas preserve, pelo menos, os direitos dos trabalhadores que percam seus empregos. Como complemento deste texto conclamo à solidariedade aos enfermeiros e às enfermeiras, aos técnicos de saúde, aos auxiliares e às parteiras em sua luta (agora defensiva) para garantir o piso profissional de suas profissões que é lei. Eles vão à luta com seus sindicatos, instituições profissionais e conselhos para obter que o Congresso Nacional reafirme sua decisão e confirme a validade do diploma legal promulgado corrigindo eventuais erros e insuficiências porventura existentes.João Guilherme Vargas Netto, é consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores em São Paulo.
As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil