Rio de Janeiro, 03 de Setembro de 2025

Rede X terá de entregar informações de perfis que atacaram Marielle

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Segunda, 01 de Setembro de 2025 às 11:42, por: CdB

Decisão da 16ª Câmara de Direito Privado do TJ-RJ determina prazo de 15 dias para cumprimento, sob pena de multa de R$ 50 mil.

Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro

A Justiça do Rio de Janeiro reafirmou a obrigação da plataforma X (antigo Twitter) de fornecer os registros de IP, “endereços” virutais, de usuários que compartilharam publicações ofensivas contra a memória da vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018, informa o colunista Ancelmo Gois, do diário conservador carioca O Globo. A decisão foi proferida pela 16ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado e fixa um prazo de até 15 dias para que a empresa cumpra a determinação. Em caso de descumprimento, a multa estabelecida é de R$ 50 mil.

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Justiça do Rio mantém ordem para rede X fornecer dados de usuários que atacaram Marielle

Limites e alcance da decisão

O tribunal esclareceu que a ordem não se aplica a contas com selo azul de verificação, já que nesses perfis a identidade dos titulares é de conhecimento público. Além disso, a corte rejeitou a possibilidade de entrega de dados pessoais completos dos usuários, reforçando que esse tipo de informação só pode ser requisitado ao provedor de conexão, mediante identificação prévia do IP.

A medida busca equilibrar a necessidade de responsabilização dos agressores virtuais com a proteção de dados que dependem de autorização judicial específica para serem acessados.

Publicações de ódio e violência

As postagens que motivaram a ação judicial continham montagens de extrema violência, em que Marielle Franco era representada de forma degradante: decapitada, ensanguentada e alvejada por tiros. Além das imagens falsas, as publicações também disseminavam acusações difamatórias e discursos de ódio sobre sua trajetória política e sua vida pessoal.

Contexto da violência virtual

Desde o assassinato da vereadora, que completou sete anos em março deste ano, redes sociais têm sido palco de ataques sistemáticos à sua imagem e à memória de sua atuação política. A decisão do TJ-RJ reforça a tentativa do Judiciário de combater esse tipo de prática, responsabilizando usuários que buscam o anonimato para espalhar conteúdos de ódio.

A expectativa é que, a partir da identificação dos IPs, o Ministério Público e a Polícia Civil possam dar andamento às investigações para rastrear os responsáveis pelas postagens e avaliar a responsabilização criminal e civil dos envolvidos.

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