Rio de Janeiro, 28 de Junho de 2025

Rebaixamento da nota sobre dívida brasileira é tida como certa

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Terça, 19 de Dezembro de 2017 às 17:03, por: CdB

Na véspera, o ministério anunciara que Meirelles fará uma teleconferência com representantes das principais agências de rating da dívida – Moody’s, Fitch e Standard & Poor’s – nesta quinta-feira.

 

Por Redação - de Brasília e Nova York, NY-EUA

 

Em conversa com jornalistas, em seu gabinete, nesta terça-feira, o titular do ministério da Fazenda, economista Henrique Meirelles, pedirá às agências de classificação de risco que aguardem a votação da reforma da Previdência. Ele pede que aguardem antes de avaliar um possível rebaixamento da nota sobre país. No café da manhã, ele disse que o adiamento da votação para fevereiro representa uma oportunidade para esclarecer a opinião pública e os parlamentares da necessidade de mudar o sistema de aposentadorias e pensões.

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Titular do Ministério da Fazenda, Henrique Meirelles tenta evitar queda no ranking da dívida brasileira

— O risco de rebaixamento sempre existe. Vou conversar com as agências (de risco da dívida) para explicar a situação do país. O adiamento da reforma (da Previdência), por um lado, é negativo. Por outro, dá mais tempo para esclarecer a opinião pública e os próprios parlamentares — disse.

‘Explicamos’

Na véspera, o ministério anunciara que Meirelles fará uma teleconferência com representantes das principais agências de rating – Moody’s, Fitch e Standard & Poor’s – nesta quinta-feira. Segundo Meirelles, a percepção da população sobre o tema está mudando, e os deputados e senadores enfrentarão menos resistência à reforma da Previdência ao retornar às bases eleitorais no recesso legislativo, em janeiro.

— Outro fator importante é que, quando os parlamentares voltarem às bases, vão encontrar um ambiente mais favorável dos eleitores — acrescentou.

Apesar de a conversa tratar de outros temas da economia brasileira, o ministro disse que a Previdência Social será o principal foco da teleconferência com as agências de classificação de risco da dívida.

— Fazemos o nosso trabalho e explicamos. As agências fazem o trabalho delas e avaliam. Esperamos que o resultado seja positiv — disse.

Aposentadoria

Segundo Meirelles, a atual proposta de reforma da Previdência traz mais justiça e equidade ao afetar as parcelas mais privilegiadas dos trabalhadores.

— Acredito que a maior parte da sociedade concorda com uma aposentadoria mais igual para todos. Só a minoria que vai ser afetada não defende (a reforma da Previdência) — ressaltou. Mas há uma polêmica em torno do assunto.

Sobre pressões para excluir da reforma a idade mínima para que servidores públicos que ingressaram no governo antes de 2003 tenham a paridade (reajuste igual aos servidores da ativa) e integralidade (aposentadoria igual ao último salário), o ministro reiterou que a equipe econômica não está aberta a renegociações do texto atual. Ele disse que esse é um dos principais pontos da proposta que reduzem privilégios para os trabalhadores mais ricos.

— Não conheço nenhum projeto do governo que mantém privilégios. O que existe são reivindicações de categorias e avaliações de líderes do governo que dizem que talvez seja necessário isso ou aquilo para aprovar a reforma — declarou.

Dívida brasileira

Meirelles reafirmou que está confiante na aprovação da reforma da Previdência, em fevereiro; e disse que a aprovação da reforma na Argentina, nesta manhã, representa um avanço e um exemplo a ser seguido pelo Brasil. Para ele, os violentos protestos no país vizinho fazem parte do jogo democrático.

De acordo com o ministro, a aprovação da reforma em 2018 ajudará o próximo presidente da República que assumir em 2019; independentemente de quem vencer as eleições do próximo ano. Isso, porque facilitará o crescimento econômico e a geração de empregos.

– A Previdência será reformada cedo ou tarde. Melhor que seja agora – disse.

Se não for votada em 2018, trará problemas para quem for governar em 2019. A não aprovação tem um efeito na economia brasileira pelas próximas três décadas”, advertiu.

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