Segundo o delegado responsável pelo caso, Rubens Maleiner, a principal linha de investigação leva a crer em falha humana nas manobras
Por Redação, com ABr - de Brasília:
Falha humana é a principal linha de investigação sobre a morte do ministro Teori Zavascki, segundo relato parcial sobre as investigações da morte do primeiro relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), apresentado nesta quarta-feira pelo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia, à presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia. O ministro morreu na queda de um avião nos arredores de Paraty (RJ) há um ano.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Rubens Maleiner, a principal linha de investigação leva a crer em falha humana nas manobras de aproximação da aeronave da pista de pouso em Paraty. “Esta é a linha principal”, afirmou. Ele disse que todas as perícias indicam não ter havido sabotagem contra a aeronave.
– A possibilidade de um ato intencional contra aquele voo foi bastante explorada, com diversos exames periciais e atos investigatórios diversos, e nenhum elemento nesse sentido foi encontrado, pelo contrário, os elementos que atingimos até agora, todos conduzem a um desfecho não intencional e trágico, infelizmente, naquele voo – disse Maleiner, que participou da reunião de quase 1h30 com Cármen Lúcia na manhã desta quarta-feira.
Conclusão definitiva
Maleiner disse não haver prazo para a conclusão definitiva das investigações. Mas adiantou que está próximo de terminar seus trabalhos. “A investigação está em curso, sempre importante relembrar isso, qualquer coisa que nós digamos aqui é provisório; pode eventualmente ser modificado, mas ela está em estágio bastante avançado.”
Foram abertas três investigações sobre morte de Teori Zavascki; uma pela Força Aérea Brasileira (FAB), uma segunda pelo Ministério Público Federal (MPF); e a terceira pela Polícia Federal (PF). Nenhuma foi concluída até o momento.
O avião bimotor que transportava Teori Zavascki e mais quatro pessoas; incluindo o piloto, caiu no mar próximo a Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro, em 19 de janeiro do ano passado. Todos os ocupantes morreram.
Inquéritos da Lava Jato
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia, disse nesta quarta-feira em Brasília; que o órgão como meta concluir até o fim deste ano as investigações de todos os inquéritos criminais; que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF); incluindo os da Operação Lava Jato.
Ele informou ter efetivado a partir desta quarta-feira o aumento de nove para 17 no número de delegados dedicados exclusivamente a cerca de 200 investigações policiais; que tramitam no STF. Disse, ainda, que foi dobrada a equipe de peritos, de modo a destravar os inquéritos que aguardam laudos.
– A ambição é humana – afirmou Segovia ao ser questionado se a meta seria mesmo factível. “É uma meta que a ministra Cármen Lúcia (presidente do STF) também quer, a doutora Raquel Dodge (procuradora-geral da República) também está imbuída desse propósito; e acho que o país merece ter uma resposta quanto a essas investigações”, acrescentou.
Michel Temer
As declarações do diretor-geral da PF foram dadas após uma reunião de quase 1h30 no gabinete de Cármen Lúcia, nesta manhã. Ao ser perguntado se a conclusão dos inquéritos inclui também as investigações contra o presidente Michel Temer, Segovia disse que sim.
– Foram enviadas as perguntas ao presidente de facto Temer; a gente aguarda a resposta dessas perguntas para que seja tomado um novo passo na investigação do presidente de facto Temer – disse, referindo-se a um dos inquéritos que tem o presidente como alvo.
Investigações criminais
Todas as investigações criminais conduzidas pela PF; que tramitam no STF envolvem a suspeita de políticos com foro privilegiado na Corte; entre parlamentares, ministros de Estado e o presidente da República.
De acordo com o mais recente balanço divulgado em dezembro pelo gabinete do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo; tramitam no STF atualmente 140 inquéritos resultantes de investigações da operação. Desses, 73 foram redistribuídos para outros ministros por não estarem diretamente relacionadas a desvios na Petrobras.