Rio de Janeiro, 12 de Setembro de 2025

Que país é este?

Arquivado em:
Quinta, 03 de Fevereiro de 2022 às 06:56, por: CdB

 

Insuflados pelo governo do ódio e seus seguidores, as pessoas estão perdendo todo o senso de humanidade. Principalmente se a vítima for negra, pobre e se for estrangeira então…

Por Heloísa Gonçalves de Santana - de São Paulo

A maldade parece ter tomado conta de parte da sociedade brasileira, que precisa de tratamento urgente. Basta uma rápida olhada no noticiário dos jornais ou na Internet e pensamos estar no Afeganistão ou sob a tutela do Estado Islâmico.
criancabolsonaro.jpeg
A maldade parece ter tomado conta de parte da sociedade brasileira
Mas não. É o Brasil do bolsonarismo e do fundamentalismo religioso. O Brasil da ignorância, do preconceito e da maldade. Com cada um por si e Deus contra todos. Assim pensa essa gente, que comete o absurdo de algemar os pés de uma mulher em Vila Velha, no Espírito Santo, somente porque ela estava sem a parte de cima do biquíni numa praia. Mas não se sabe até hoje quem mandou matar a ex-vereadora Marielle Franco, em 14 de março de 2018. Não se sabe também os autores nem os mandantes do assassinato, com requintes de crueldade, da família de ambientalistas no Pará, no começo de janeiro.

Moïse Mugenyi Kabagambe

Entre tantas barbaridades, o assassinato hediondo do jovem congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de apenas 24 anos, no Rio de Janeiro, mostra a face cruel de uma sociedade doente, dominada por milicianos, que nem se dão ao trabalho de se esconder mais. Agem à luz do dia e nada acontece. Insuflados pelo governo do ódio e seus seguidores, as pessoas estão perdendo todo o senso de humanidade. Principalmente se a vítima for negra, pobre e se for estrangeira então… Precisamos nos organizar para vencer a maldade e eleger um governo de reconstrução nacional, que una a nação e o país volte a crescer com justiça social, com respeito aos direitos sociais, individuais e humanos, indistintamente de gênero, cor ou classe social. Basta de tanta barbárie. Basta de tantas injustiças e violências contra as mulheres, contra a população negra, contra os LGBTs, contra a classe trabalhadora. Queremos a cultura da paz, mas não a paz dos cemitérios. A paz da vida, do respeito e da dignidade.  

Heloísa Gonçalves de Santana, é professora aposentada, secretária da Mulher da CTB-SP, Conselheira Regional de Representantes da Subsede Marília da Apeoesp e integra o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Marília (SP) .

As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil

Tags:
Edições digital e impressa
 
 

 

 

Jornal Correio do Brasil - 2025

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo