O Diretório Nacional do PT vai usar o depoimento de Palocci ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba, na última quarta-feira, para embasar o pedido para que ele seja expulso. Dirceu também sofreu retaliações semelhantes.
Por Redação - do Rio de Janeiro e São Paulo
Os mesmos petista que integram a direção nacional do partido e querem expulsar o ex-ministro Antonio Palocci, após ele afirmar, em depoimento, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu propina da Odebrecht e a presidenta deposta Dilma Rousseff sabia de todos os esquemas de corrupção na Petrobras, tiveram posição semelhante contra José Dirceu, ex-deputado e líder histórico da legenda. Este é o entendimento da jornalista Hildegard Angel, filha da estilista Zuzu Angel, assassinada por agentes da ditadura militar.
O Diretório Nacional do PT vai usar o depoimento de Palocci ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba, na última quarta-feira, para embasar o pedido para que ele seja expulso, nos próximos dias. O ato deverá ocorrer em retaliação à denúncia apresentada por Rodrigo Janot. A legenda pretende fazer da expulsão de Palocci um ato político, com a presença de Lula, para o qual esperam cerca de 10 mil partidários, no Centro da capital paulista.
Já o ex-deputado José Dirceu, em um contraponto entre a sua situação e a do também ex-ministro Antonio Palocci, disse que é melhor morrer do que perder a dignidade e se tornar delator. Dirceu também afirmou que Palocci sempre batalhou pelos próprios interesses – e não por uma causa coletiva.
Dirceu, guerreiro
"Só luta por uma causa quem tem valor. Os que brigam por interesse têm preço. Não que não me custe dor, sofrimento, medo e às vezes pânico. Mas prefiro morrer que rastejar e perder a dignidade". A afirmação é de José Dirceu, a um dos diários conservadores paulistanos.
Em um grupo de blogueiros e jornalistas, na internet, Hildegard Angel saiu em defesa de Dirceu:
“O PT foi covarde e desleal com ele (Dirceu), o que ele não está sendo com o PT e com Lula. Deixaram ele ser trucidado no ‘Mentirão’ (refere-se ao julgamento da Ação Penal 470, do Supremo Tribunal Federal, conhecido como ‘mensalão’) como isca; como bucha de canhão, achando que com isso amansariam as feras. Perdoem-me dizer, mas naquele momento se omitiram todos – Dilma, Lula, Tarso Genro caiu de pau, nojento.
“Apoiei Dirceu quando as pessoas atravessavam de calçada para não cumprimentar, e nunca me arrependi. É um grande brasileiro. A vida lhe deu mais esta oportunidade para provar”.