De acordo com as investigações em andamento, os assassinos ainda teriam cortado os corpos dos índios mortos ao meio e jogado no rio.
Por Redação, com Carta Capital - de Manaus
Indígenas de um grupo isolado na Terra Indígena do Vale do Javari, incluindo mulheres e crianças, podem ter sido assassinados e esquartejados. Garimpeiros ilegais que costumam navegar pelo rio Jandiatuba, localizado dentro da terra indígena, estão entre os suspeitos das atrocidades, conforme investiga o Ministério Público Federal (MPF) do Estado do Amazonas.
O fato foi denunciado na edição deste fim de semana da revista Carta Capital. Segundo a reportagem o crime, que seria mais um episódio do genocídio ao qual os povos indígenas são submetidos no Brasil, ”ocorreu há cerca de um mês”. Não se sabe qual a etnia dos indígenas mortos, mas fontes ouvidas pela revista afirmam que podem ser os "flecheiros", dada as descrições e a localização.
Corpos mutilados
Os relatos desse massacre começaram a chegar no município amazonense de São Paulo de Olivença. A região fica na tríplice fronteira com o Peru e a Colômbia. Os fatos teriam ocorrido, "em agosto", acrescenta. Na época, os supostos assassinos passaram a exibir troféus recolhidos de suas vítimas, "como flechas e um remo", revela.
De acordo com as investigações em andamento, os assassinos ainda teriam cortado os corpos dos indígenas mortos ao meio e jogado no rio. Seria uma espécie de 'desova'; para que afundassem, acelerando a decomposição, "de forma dificultar as investigações”, diz a revista.
Ainda segundo a revista, o MPF está investigando o caso. Tem realizando, ainda, diligências para ouvir as testemunhas e tentar prender acusados. O procurador do MPF Pablo Luz de Bertand confirmou à revista a denúncia do massacre no rio Jandiatuba. Bertand apontou, ainda, a existência de uma investigação em curso; mas preferiu não entrar em detalhes quanto às diligências e oitivas em curso.