Fica mais longe a chance de o prefeito paulistano, João Doria, ser candidato a presidente na legenda do PSDB.
Por Redação - de São Paulo
A pretensão do prefeito paulistano, João Dória, de conseguir uma vaga no PSDB para se candidatar ao Palácio do Planalto ficou mais distante, nesta segunda-feira, após uma nova saraivada de críticas de um dos mais conservadores líderes tucanos. Em nota, o empresário Andrea Matarazzo saiu em defesa do ex-governador paulista Alberto Goldman. Este último inaugurou o repúdio do partido ao estilo truculento de Doria.
"O discurso de ódio e ataques pessoais não trazem resposta à críticas políticas fundamentadas. Isso não ajuda as pessoas e nem o progresso e desenvolvimento da nossa cidade”. A declaração de Matarazzo tem peso específico na legenda. Ele desancou o destempero de Doria na resposta às declarações de Alberto Goldman.
"Tive a honra de ser secretário da cultura de São Paulo na gestão do governador Alberto Goldman. Conheço sua imensa capacidade de trabalho, seriedade no trato da coisa pública e compromisso com a ética. Tenho profundo respeito por sua liderança e coerência, rara nos dias de hoje na política brasileira.
“Diante dos ataques pessoais que o ex-governador recebeu na manhã deste sábado, manifesto minha total solidariedade e respeito. O discurso de ódio e ataques pessoais não trazem resposta à críticas políticas fundamentadas. Isso não ajuda as pessoas e nem o progresso e desenvolvimento da nossa cidade”, afirma Matarazzo.
Pesquisa reveladora
Os ataques aos mendigos paulistanos com jatos de água fria, em pleno inverno; suas respostas destemperadas às primeiras críticas; e agora, a série de viagens em busca de uma chance de se tornar presidenciável, estes fatores abateram o prefeito da capital paulista, João Doria, na pesquisa do Instituto Datafolha. No estudo, divulgado neste domingo, Doria segue ladeira abaixo no conceito dos eleitores.
Ainda sem completar um ano à frente da prefeitura, o tucano rebelde João Doria conseguiu desabar quase dez pontos percentuais na aprovação quanto ao seu método de administrar a cidade. Vestir-se de gari e pintar a cidade de cinza tornaram-no apenas uma figura patética, à beira do ridículo, na opinião da maioria dos eleitores.
Viagens demais
Segundo o Datafolha, ele despencou para 32% em aprovação. Saiu de 41%. A rejeição aumentou para 26%. Estava em 22%. E os que o consideram regular ficam em 40%. Eram 34%.
A agenda do prefeito, fora da cidade que o elegeu para administrá-la; sua truculência ao revidar as menores críticas; sua arrogância com os mais pobres foram fatores decisivos para a queda. O resultado é que 49% dos paulistanos entendem que as ausências prejudicam São Paulo.
Na contramão das percepções do candidato, 77% dos paulistanos veem somente benefício pessoal nas viagens que faz. Apenas 14% consideram o contrário. Metade dos entrevistados acredita que ele viaja mais do que deveria.
Alckmin
Ainda segundo a pesquisa Datafolha deste domingo, outro ponto desencoraja a candidatura de João Doria à Presidência da República. Segundo o estudo, 54% dos eleitores acreditam que o governador Geraldo Alckmin seria melhor candidato. Somente 31% preferem o prefeito, que sai com fama de traidor de seu padrinho político.
“A avaliação dos dois tucanos, aliás, se igualou no levantamento feito agora na capital. O governador subiu de 27% para 31% de ótimo/bom, enquanto o prefeito caiu para 32%. Reprovam Alckmin 28%, e 40% veem sua gestão como regular –Doria marca 26% e 40%, respectivamente”, diz a avaliação da pesquisa.
“Essa igualdade é registrada também na nota média dada pelos entrevistados aos tucanos. Ambos cravam 5,4 no gosto do paulistano, embora Alckmin suba e Doria desça em relação à pesquisa do Datafolha de junho”, conclui.