Preta enfrentava, desde janeiro de 2023, um câncer colorretal. A doença chegou a entrar em remissão no fim daquele ano, mas retornou de forma agressiva em agosto de 2024.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
A cantora Preta Gil morreu neste domingo, aos 50 anos, após complicações no tratamento contra o câncer. Ela estava nos Estados Unidos, onde buscava alternativas terapêuticas.

Preta enfrentava, desde janeiro de 2023, um câncer colorretal. A doença chegou a entrar em remissão no fim daquele ano, mas retornou de forma agressiva em agosto de 2024, atingindo dois linfonodos, o peritônio e o ureter.
Para tentar conter a progressão, ela se submeteu a tratamentos intensos e passou por cirurgias complexas, incluindo uma operação de 20h para retirada dos tumores em dezembro.
Preta deixa o filho Francisco, de 28 anos, e a neta Sol de Maria, de 7. Deixa também um legado de luta contra o racismo, defesa das mulheres, da comunidade LGBTQIA+ e da aceitação dos corpos reais.
Durante toda a batalha contra a doença, a cantora fez questão de compartilhar sua jornada nas redes sociais, os avanços, os desafios e os momentos mais delicados, como o término do casamento após uma traição, uma septicemia grave e a necessidade de cirurgias invasivas, como a histerectomia total abdominal e a amputação do reto.
Em 2024, com o retorno do câncer e o insucesso da nova quimioterapia, a artista optou por buscar tratamentos inovadores fora do país.
A filha de Gilberto Gil cresceu cercada pela elite da música popular brasileira, era afilhada de Gal Costa, chamava Caetano Veloso de tio e dividia a infância com os filhos de outros grandes nomes da MPB. No braço, carregava tatuado ‘Drão’, apelido da mãe, Sandra Gadelha, e nome da canção favorita que seu pai compôs.
Trajetória
Antes de se lançar como cantora, criou uma bem-sucedida agência de marketing e tornou-se mãe aos 20 anos de Francisco, fruto da relação com o ator Otávio Müller. Foi apenas aos 28 anos que resolveu, de fato, seguir o chamado da arte.
Assim nasceu seu primeiro álbum, Prêt-à-Porter, que já trazia temas que a acompanhariam por toda a carreira: corpo, identidade, desejo, liberdade. A reação do público, no entanto, foi morna.
Mas Preta não desistiu. Lançou outros três discos: Preta (2005), Sou Como Sou (2012) e Todas as Cores (2017). Marcou presença em novelas como ‘Cheias de Charme’ e ‘Pé na Cova’, e em produções como ‘Caminhos do Coração’ e ‘Ó Pai Ó’. Fundou seu próprio bloco de Carnaval, que chegou a arrastar mais de um milhão de pessoas pelas ruas, além de fazer shows em todas as regiões do Brasil e no exterior.
Foi casada com o roteirista Rafael Dragaud, com quem sofreu dois abortos espontâneos, com o mergulhador Carlos Henrique Lima, e com Rodrigo Godoy, de quem se separou em 2024 após uma traição que veio à tona quando Preta já enfrentava o câncer.
Em agosto de 2023, celebrou os 49 anos rodeada por amigos, familiares e amores antigos. Um ano depois, lançou sua biografia, Preta Gil: Os Primeiros 50, onde narrou sua trajetória desde a infância.