Rio de Janeiro, 25 de Junho de 2025

Prestígio de Bolsonaro desidrata junto a eleitores e parlamentares

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Segunda, 29 de Abril de 2019 às 16:04, por: CdB

Diante do quadro de dificuldades, o governo Bolsonaro já trabalha com a perspectiva de que a votação acontecer apenas no segundo semestre.

 
Por Redação - de Brasília e São Paulo
  O rápido declínio do prestígio de Jair Bolsonaro (PSL) junto aos eleitores e parlamentares influiu na decisão dos deputados da centro-direita de adiar para o segundo semestre deste ano a votação da proposta do governo para a reforma previdenciária. Embora o texto tenha passado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, no último dia 23, a chance de chegar ao Plenário antes do recesso do Poder Legislativo fica cada vez menor.
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Jair Bolsonaro está cada vez mais distante dos índices observados no início do mandato
Diante do quadro de dificuldades, o governo Bolsonaro já trabalha com a perspectiva de que a votação pelo plenário da Casa deverá acontecer apenas no segundo semestre, com a possibilidade, segundo o momento político, de ser adiada para o ano que vem. Lideranças do Centrão, ouvidas por jornalistas da mídia conservadora, em condição de anonimato, avisaram ao Planalto que o texto somente será votado após as férias.

Arrependimento

Ainda nesta manhã, o Planalto tomou conhecimento de pesquisa do Ibope que mostra a rápida queda do apoio ao presidente. Em apenas quatro meses, os eleitores com renda mensal de até dois salários mínimos mostram o arrependimento por votar em um candidato da extrema direita. A maior queda ocorreu nas capitais e na região Nordeste. Os eleitores de Bolsonaro manifestam ainda incômodo com interferência dos filhos no governo e com o despreparo do presidente. Os dados constam nas últimas pesquisas do Instituto, nas quais os nordestinos e eleitores com baixa escolaridade e renda estão entre os que mais rechaçam Bolsonaro. Nos maiores centros urbanos do país, onde se concentra a maior parte do eleitorado, foi exatamente onde ocorre o maior arrependimento.

Intensidade

Segundo afirmou a diretora-executiva do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari, a jornalistas, Bolsonaro chegou a ganhar, logo depois da posse, um “voto de confiança” significativo em setores que, na eleição presidencial, penderam majoritariamente para Fernando Haddad (PT), como os mais pobres e os nordestinos. Mas, nesses segmentos "a identificação com Bolsonaro é mais frágil", observa Cavallari. — A partir do momento em que o governo passa pelos primeiros desgastes, essa população manifesta seu descontentamento de forma mais rápida — afirmou a executiva. Outro dado significativo é que na região Nordeste, de cada dez eleitores que consideravam o governo bom ou ótimo, quatro mudaram de opinião. No Sudeste e no Sul, esse movimento também se observa, mas com menor intensidade: três e dois de cada dez, respectivamente, já deixaram de manifestar aprovação. O descontentamento é cada vez maior nas faixas de renda mais baixas e nas capitais. A queda da confiança pessoal no presidente também caiu de 62% para 51%.
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