Rio de Janeiro, 25 de Junho de 2025

Presidente da França recusa demissão de primeiro-ministro

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Segunda, 08 de Julho de 2024 às 10:25, por: CdB

O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, foi nesta segunda-feira ao palácio presidencial para apresentar sua renúncia, mas garantiu que poderia permanecer no cargo durante os Jogos Olímpicos de Paris ou por mais tempo, se fosse necessário.

Por Redação, com Lusa e CartaCapital – de Paris

O presidente francês, Emmanuel Macron, recusou nesta segunda-feira a renúncia do primeiro-ministro do país, pedindo-lhe que permaneça temporariamente como chefe do governo, após a reviravolta nas eleições legislativas de domingo.

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Gabriel Attal foi convidado a permanecer temporariamente

O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, foi nesta segunda-feira ao palácio presidencial para apresentar sua renúncia, mas garantiu que poderia permanecer no cargo durante os Jogos Olímpicos de Paris ou por mais tempo, se fosse necessário.

Macron, que nomeou o primeiro-ministro há apenas sete meses, pediu a Attal que permaneça no cargo “para garantir a estabilidade do país”.

Attal deixou claro no domingo que discordava da decisão de Macron de convocar eleições antecipadas.

Os resultados da votação de domingo aumentaram o risco de paralisia governamental para a segunda maior economia da União Europeia (UE).

Os resultados dos dois turnos das eleições legislativas não deixaram caminho óbvio para a formação de um governo, quer para a coligação de esquerda, que ficou em primeiro lugar, quer para a aliança centrista de Macron, segunda colocada no pleito, ou ainda para a extrema-direita, que ficou na terceira posição.

De acordo com os resultados oficiais divulgados na manhã de hoje, os três principais blocos ficaram muito aquém das 289 cadeiras necessárias para controlar a Assembleia Nacional, que tem 577 lugares, a mais poderosa das duas câmaras legislativas da França.

Os resultados mostraram que a coligação de esquerda Nova Frente Popular (Nouveau Front Populaire, em francês) obteve 182 cadeiras, ficando à frente da aliança centrista de Macron, com 168 cadeiras.

Extrema-direita

O União Nacional (Rassemblement National, em francês), partido de extrema-direita, e aliados ficaram restritos ao terceiro lugar, embora os seus 143 lugares ainda estejam muito acima do melhor resultado anterior, de 89 cadeiras em 2022.

Emmanuel Macron ainda tem três anos de mandato presidencial. Espera-se que os legisladores recém-eleitos reúnam-se na Assembleia Nacional para iniciar negociações sobre os possíveis acordos partidários.

Entrentanto, Macron deverá viajar para a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Washington, que se realiza de terça a quinta-feira.

O impasse político poderá ter implicações de longo prazo, especialmente na guerra da Ucrânia, para a diplomacia global e para a estabilidade econômica da Europa.

Líderes mundiais comemoram vitória de aliança progressista

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou, no domingo, o resultado das eleições legislativas na França, que deu vitória a aliança formada por partidos progressistas.

Além da vitória da esquerda, os franceses ainda conseguiram frear o avanço da extrema-direita no país.

– Muito feliz com a demonstração de grandeza e maturidade das forças políticas da França que se uniram contra o extremismo nas eleições legislativas de hoje. Esse resultado, assim como a vitória do partido trabalhista no Reino Unido, reforça a importância do diálogo entre os segmentos progressistas em defesa da democracia e da justiça social. Devem servir de inspiração para a América do Sul – escreveu Lula no X.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também se manifestou nas redes sociais. Para ele, o resultado das urnas francesas apontam para uma revolução mundial pela vida. “Sempre nos momentos mais tristes da humanidade, a Humanidade reage”, disse Petro.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, classificou de “histórica” a vitória da Nova Frente Popular.

– Saudações ao povo francês, aos movimentos sociais e às suas forças populares, por este importante dia cívico que fortalece a unidade e a Paz – destacou Maduro.

A presidenta de Honduras, Xiomara Castro de Zelaya, comemorou a vitória da esquerda francesa e aproveitou para também parabenizar o partido trabalhista inglês.

– A Europa avança. O Partido Trabalhista triunfou no Reino Unido e agora em França, uma coligação de forças progressistas deteve a extrema-direita e as suas ameaças. Parabéns aos povos inglês e francês por defenderem os direitos e a liberdade do povo – disse Xiomara, nas redes sociais.

Parlamento Europeu

Em junho, após resultado das eleições para o Parlamento Europeu, o presidente da França, Emmanuel Macron, antecipou as legislativas previstas para 2027 para pedir um “esclarecimento” político aos franceses, após a vitória da extrema-direita na eleição para o Parlamento Europeu.

A decisão foi considerada “arriscada” pelos analistas, já que poderia significar uma derrota para o atual presidente.

No primeiro turno, a extrema-direita se destacou e a expectativa é que ela saísse do pleito vitoriosa.

A apuração de domingo apontou um cenário inesperado, com a esquerda à frente do centro e da extrema-direita.

Apesar do resultado celebrado pelos líderes da esquerda, a França poderá entrar em um empasse político, uma vez que nenhum bloco conseguiu alcançar maioria absoluta.

Os partidos precisarão buscar coalizões e unir forças para eleger um primeiro-ministro e conseguir governar a França.

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