Rio de Janeiro, 14 de Setembro de 2025

Preço dos medicamentos sobe mais do que desvalorização inflacionária

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Sexta, 01 de Abril de 2022 às 14:22, por: CdB

Diferentemente de anos anteriores, o reajuste será único e valerá para os três níveis de medicamentos definidos. Antes, dependendo da concorrência, o aumento do remédio era maior ou menor. A mudança deve prejudicar o consumidor, uma vez que os diferentes níveis eram uma forma de segurar a alta de preços de certos tipos de remédios.

Por Redação - de Brasília
O Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), autarquia do governo federal, autorizou o reajuste de 10,89% nos preços dos remédios, nesta sexta-feira. O aumento, publicado no Diário Oficial da União já está em vigor e já estava em prática, nas farmácias e drogarias.
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O preço dos medicamentos sobe em todo o país, já à partir desta sexta-feira
Ao longo da última semana, farmacêuticos já alertavam aos seus clientes que o preço dos medicamentos estava prestes a subir. A indústria, no entanto, afirma que os novos valores devem ser aplicados em meados de abril por causa dos estoques. Especialistas também indicavam aos pacientes de uso contínuo para que comprassem os remédios o quanto antes e pesquisassem muito antes de comprar. O cálculo para atualizar os valores é feito uma vez por ano pela Cmed e tem como base inflação acumulada em 12 meses até fevereiro no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou em 10,54%. Além da inflação, a Cmed também leva em conta outros três fatores, que analisam questões como a produtividade, a competitividade e o aumento de custos específicos para o setor farmacêutico.

Alto custo

Dois desses fatores já haviam sido divulgados há algum tempo e não iriam interferir no cálculo. Em relação ao último fator, o impacto ficou em 0,35%, de acordo com o Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos), totalizando o reajuste de 10,89%. Diferentemente de anos anteriores, o reajuste será único e valerá para os três níveis de medicamentos definidos. Antes, dependendo da concorrência, o aumento do remédio era maior ou menor. A mudança deve prejudicar o consumidor, uma vez que os diferentes níveis eram uma forma de segurar a alta de preços de certos tipos de remédios. Até então, a prática era de autorizar um aumento maior para os que têm maior concorrência, como é o caso dos genéricos e reajuste menor para os que são de alto custo, como algumas categorias de antidepressivos e ansiolíticos, por exemplo. Em 2021, os aumentos autorizados foram de 10,08%, 8,44% e 6,79%.

Programa

Pacientes com hipertensão, diabetes ou asma, podem conseguir remédios de graça em redes de farmácias que tenham uma placa sinalizando esta disponibilidade. O programa também oferece outros remédios com preços até 90% mais baixos. Basta ir a uma farmácia credenciada, apresentar a identidade e a receita, que não necessita ser de um médico do Sistema Único de Saúde (SUS). Até 2017, o Farmácia Popular tinha uma rede própria. Agora, o programa funciona apenas em parceria com redes privadas, que vendem medicamentos subsidiados. Em nota, o Sindusfarma afirma que o reajuste não será automático nem imediato, pois há concorrência entre as empresas. — É importante o consumidor pesquisar nas farmácias e drogarias as melhores ofertas dos medicamentos prescritos pelos profissionais de saúde. Dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos, aumentos de preço podem demorar meses ou nem acontecer — disse a jornalistas Nelson Mussolini, presidente executivo do sindicato. As indústrias farmacêuticas também afirmam que os medicamentos costumam ter reajuste abaixo da inflação média –no IPCA acumulado de 12 meses até fevereiro, os produtos farmacêuticos subiram 6,65%. — Os medicamentos têm um dos mais previsíveis e estáveis comportamentos de preço da economia brasileira — concluiu Mussolini.
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